Alguns hábitos podem favorecer o surgimento do terçol, principalmente em crianças e pessoas com pele oleosa
Algumas doenças prejudicam a qualidade de vida e bem-estar, por mais que possam parecer problemas simples ou que não causem graves consequências à saúde inicialmente. Porém, todo incômodo relacionado ao corpo e mente deve ser resolvido, principalmente porque pode ser indicativo de questões mais sérias. Esse é o caso do terçol e de outras lesões de pele na região das pálpebras e do olho.
O incômodo estético causado pelo terçol não deve ser desconsiderado, afinal isso influencia na autoestima de qualquer pessoa enquanto o problema está visível. Ao mesmo tempo, existem sintomas que também trazem desconforto que precisam ser tratados.
Ainda é importante diferenciar o terçol de outras doenças que acometem a parte dos olhos, como o calázio. Apesar de ambos aparecerem na região das pálpebras, eles ocorrem em partes diferentes do olho e suas causas são distintas.
Saiba mais sobre as causas do terçol, quais são seus sintomas, como fazer o tratamento e a diferença entre essa e outras doenças de pele, como o calázio.
O que é terçol?
O terçol é uma doença causada por uma infecção bacteriana ou pelo entupimento de glândulas, o que provoca inflamação na região da pálpebra, bem próxima aos cílios. Também chamado de hordéolo, ele causa uma lesão parecida com um nódulo ou bolinha vermelha na região.
O terçol causa incômodo estético, afinal a inflamação é localizada em uma área bem visível do rosto. Além disso, traz sintomas desagradáveis que podem durar alguns dias.
Inflamação
Tudo isso acontece devido à inflamação que a infecção por bactérias nas glândulas Zeis e Mol causa na ponta externa das pálpebras.
Quando penetram nas glândulas próximas às pálpebras, faz a região inchar e formar uma bolinha avermelhada, que pode ter um ponto amarelo no centro.
Causas
Por ser causada por uma infecção bacteriana, uma das principais causas do terçol é a falta de higiene das mãos ou de outros objetos que entram em contato com as pálpebras, já podem transportar bactérias que penetram nas glândulas e provocam o inchaço do terçol na região. Falta de limpeza em lentes de contato, mãos sujas nos olhos e óculos que não estejam limpos aumentam as chances de surgir o problema.
Além disso, há a chance das glândulas Zeis e Mol, que produzem substâncias que se misturam às lágrimas na região, ficarem entupidas e, por não conseguir escoar o óleo que produzem, acabam se acumulando na borda da pálpebra, inchando e provocando o terçol. Peles excessivamente oleosas podem aumentar a possibilidade de entupimento das glândulas.
Grupos de risco
O terçol pode ocorrer mais em crianças, que por hábitos como brincadeiras no chão ou falta de cuidado com a higiene das mãos podem levar mais bactérias para a região dos olhos e favorecer infecções bacterianas que provocam o surgimento de hordéolo.
Porém, ele também pode aparecer em homens, mulheres, idosos de quaisquer outros grupos. Quem tem pele oleosa em excesso também deve ficar atento, pois isso pode causar o aparecimento de terçol com frequência, como já mencionamos.
Sintomas
Entre os sintomas causados pelo terçol, estão:
- Surgimento de uma bolha ou nódulo avermelhado na borda externa da pálpebra;
- Inchaço da região, acompanhado de dor local;
- Sensação de calor e coceira na inflamação;
- Excesso de lacrimejamento;
- Sensibilidade à luz.
Os sintomas do terçol são similares ao de outra doença que aparece na região da pálpebra, o calázio, porém ele tem outros sinais que são diferentes e podem ser mais sérios. Além disso, é importante diferenciar os sintomas do terçol e da conjuntivite, outra moléstia que ocorre na região dos olhos.
Terçol, calázio e conjuntivite
Terçol, calázio e conjuntivite são questões de saúde que ocorrem nas pálpebras e regiões dos olhos. Porém, cada uma delas tem diferenças significativas que podem envolver tratamentos diferentes.
No terçol, a causa mais comum é uma infecção bacteriana que provoca inchaço nas glândulas Zeis e Mol, localizadas próximas aos cílios. Apesar da dor e vermelhidão na região, a inflamação pode regredir e sumir de forma espontânea em cerca de 3 dias.
O calázio, ou chalázeo, não é causado por bactéria, mas sim pelo entupimento de ductos que causam a inflamação das glândulas de Meibômio, que ficam na parte interna da pálpebra. Ele é mais frequente na população entre 30 e 50 anos.
Muitos quadros de calázio podem indicar que há miopia, astigmatismo, hipermetropia ou outros problemas relacionados à visão, pois o esforço do olho para corrigir esses problemas pode dilatar vasos sanguíneos e, como consequência, provocar a inflamação de glândulas. Por isso, exames oftalmológicos, como a avaliação refracional, podem ser indicados em pacientes que lidam com calázios de maneira frequente.
Já a conjuntivite também é uma inflamação, mas desta vez da membrana transparente que fica na frente do globo ocular. Ela pode durar até 15 dias e é causada, geralmente, por reações alérgicas a substâncias encontradas em poluentes, além de vírus e bactérias.
Se for conjuntivite viral ou bacteriana, existe o risco de contágio, ao contrário do terçol e do calázio. Por isso, é importante evitar contato com quem está com conjuntivite ou objetos usados pela pessoa.
O oftalmologista é o profissional mais indicado para diagnosticar e, principalmente, direcionar as medidas que devem ser tomadas diante de suspeitas de terçol, calázio ou conjuntivite. Além disso, é esse profissional que avalia a necessidade de tratamento com uso de medicação.
Logo, não é recomendável se automedicar ou utilizar por conta própria colírios ou outros medicamentos. Apenas ações de uso externo e não invasivas podem ajudar na solução de casos leves das três enfermidades.
Tratamento
De forma ampla, o tratamento do terçol acontece por meio de panos ou toalhas úmidas e quentes, de acordo com o Ministério da Saúde. A ideia é causar vasodilatação das glândulas, o que permite o escoamento das substâncias que estavam se acumulando na região e provocando a inflamação.
Além disso, podem ser usados colírios ou pomadas com antibióticos, desde que sejam indicados pelo oftalmologista, que é o profissional mais indicado para diagnosticar e recomendar o tratamento contra terçol ou outras doenças da região dos olhos.
Cuidados
É fundamental manter a higiene das mãos e lavá-las várias vezes ao dia, e evitar passar os dedos na inflamação. Além disso, é importante não querer “estourar” as bolhas, pois isso pode agravar a dor e inchaço do local.
Por fim, é essencial aplicar pano quente úmido na região e, se receitados pelos médicos, usar colírios e pomadas com antibióticos.
Evolução do terçol: quando procurar ajuda médica?
Se o terçol surgir de forma frequente, é importante procurar ajuda médica, seja de um dermatologista ou de um oftalmologista. O profissional irá avaliar se existe alguma disfunção na região das pálpebras que favorece o aparecimento de hordéolo ou mesmo de calázio, que muitas vezes é confundido com terçol.
O calázio, se não tratado corretamente, pode fazer a inflamação aumentar a ponto de pressionar o globo ocular. Isso causa visão turva e pode, em longo prazo, prejudicar o funcionamento do olho. Logo, se houver muitos momentos em que terçol e calázio surgem, é importante buscar avaliação médica.
O terçol é contagioso?
Ao contrário de alguns tipos de conjuntivite, o terçol ou hordéolo não é contagioso. As bactérias que causam a inflamação são combatidas pelo sistema imune e mesmo que uma pessoa entre em contato com elas a partir do terçol, sua imunidade tende a impedir a penetração delas nas glândulas das pálpebras.
O problema é realmente levar à região dos olhos as mãos ou outros objetos que não estão limpos e contaminados com bactérias que aumentam o risco do terçol aparecer.
Fonte: Minha Saúde