A translactação deve ser utilizada para as mães que tenham pouco leite ou baixa produção
O uso de utensílios como chupeta ou mamadeiras pode ter impacto negativo na amamentação, principalmente em seu início. O bebê suga para ser saciado e o uso de outros bicos, diferentes em seu mecanismo poderiam levar a “confusão de bicos” e consequente ao desmame precoce.
Esses bicos artificiais também podem ser a causa da baixa na produção de leite. Por isso, existem alguns métodos para que essa produção seja retomada.
A translactação é um deles. Ela consiste na retirada de leite da própria mãe oferecido por sonda fina, colocada junto ao mamilo. Desta forma, quando o bebê fizer sucção e mamar, estará sendo alimentado pelo leite proveniente da sonda e pelo leite da mama, afinal ele está sugando os dois (peito e sonda).
Sabe-se que o leite materno tem sua produção estimulada pela sucção. Então, quando o bebê suga a mama, estimula a liberação de hormônios.
Dois hormônios estão envolvidos diretamente no processo de lactação: a prolactina responsável pela produção do leite que fica armazenado no interior das glândulas mamárias e a ocitocina, que promove a ejeção do leite. Então, quanto mais o bebê suga, maior é o estímulo para produção de leite.
Relactação
Um processo semelhante é a relactação. A diferença básica entre os dois é o leite oferecido. Na translactação o leite é da própria mãe, ordenhado. Na relactação é usado fórmula infantil. Entenda como fazer relactação.
A translactação é um aliado importante e deve ser utilizado para as mães que tenham pouco leite ou baixa produção.
Por outro lado, a relactação deve ser um processo transitório na tentativa de aumentar a produção de leite, principalmente em lactação adotiva, quando uma mãe adota um bebê e tem muito desejo de amamentar. A sonda deve ser muito fina para que o bebê de fato, use a mama e não a sonda.
Uma dúvida comum é se o bebê pode se engasgar por ser muito leite sugado. Os bebês costumam mamar com mais ou menos força, dependendo do volume, mas podem sim se engasgar. Neste caso, a alternativa é dar um discreto nó na sonda para diminuir a vazão do leite.
Por que amamentar?
A amamentação, segundo a orientação da OMS, deverá ser oferecida desde a sala de parto, em livre demanda, exclusivamente até o sexto mês e até dois anos ou mais.
Para manter o aleitamento, em alguns casos a translactação será um importante aliado. O leite materno não é um alimento monótono, ele muda de composição, volume e características bioquímicas durante todo o período em que a mãe amamenta.
Ele também muda de sabor durante o dia todo pois é saborizado pela alimentação materna. Outra característica exclusiva é que o leite materno é determinado pela genética da mãe, sendo produzido especificamente para seu bebê.
Amamentar é importante, protege de doenças crônicas (doenças coronarianas, diabetes, arteriosclerose), estreita vínculos. Empoderar a mãe neste processo, ter um grupo de apoio (companheiro, avós, qualquer pessoa disposta) facilita muito.