Uma metanálise encontrou risco dez vezes maior de desenvolvimento de diabetes tipo 2 em mulheres com diabetes gestacional.
As doenças cardiovasculares complicam cerca de 10% das gestações no mundo e são o maior fator de mortalidade entre as mulheres no mundo atualmente.
A presença de doença hipertensiva de qualquer natureza carrega duplica o risco de doença cardiovascular dessa mulher no futuro como fator de risco. Assim, o diagnóstico e tratamento adequados podem ser garantidores de menor risco futuro.
Diabetes gestacional é a doença metabólica mais comum na gravidez. Seu diagnóstico traz morbidade tanto para feto quanto para mãe. Uma metanálise publicada em 2019 com 20 estudos e 1.332.373 mulheres encontrou risco dez vezes maior de desenvolvimento de diabetes tipo 2 em mulheres com diabetes gestacional do que naquelas normoglicêmicas.
Novo estudo
Com essas premissas um estudo publicado no The Journal of Obstetrics and Gynaecological Research, em 10 de novembro, trabalhou com a hipótese de controle dessas pacientes avaliando a glicosúria, proteinúria e avaliação de pressão arterial sistólica (<130, 130–139, e ≥ 140 mmHg) durante a gravidez.
Métodos e resultados
Um total de 312 mulheres responderam ao questionário com média de 35,8 ± 4,2 anos de idade no parto. O risco de diabetes mellitus foi significativamente maior nas pacientes com glicosúria na gravidez (aOR de 3.62; IC 95%. 1,21 – 10,9). Já as mulheres que apresentaram proteinúria na gravidez apresentaram maior risco significativo também para doenças renais aOR de 4.07; IC 95%, 1.29–12.9).
O risco para hipertensão após a gravidez foi maior no grupo com pressão sistólica acima de 140 mmHg (aOR, 4.26; IC 95%, 1.96–9.24). Valores menores de pressão sistólica não elevaram o risco futuro, mas, no entanto, observou-se uma tendência positiva significativa (p < 0,001) entre aumento da pressão arterial gestacional e hipertensão futura.
Conclusões e mensagem prática
Glicosúria gestacional, proteinúria e aumento da pressão arterial sistólica (≥ 140 mmHg) foram associados ao desenvolvimento de doenças crônicas maternas. Essas avaliações padronizadas e baratas podem melhorar o gerenciamento da saúde ao longo da vida em mulheres no pré-natal.
Texto publicado originalmente em: Portal PEBMED