Segundo dados da PNS de 2019, entre as mulheres de 15 a 49 anos que ainda menstruavam e que eram sexualmente ativas nos últimos 12 meses, 40,6% utilizavam pílula
Na média dos últimos cinco anos, a pílula anticoncepcional teve o maior interesse de busca no Brasil, quando comparada com outros quatro métodos contraceptivos populares e reversíveis: dispositivo intrauterino (DIU), preservativo, injeção e implante, segundo dados do Google Trends.
Os artifícios utilizados para diminuir as chances de uma gravidez indesejada se dividem entre métodos de barreira, hormonais, intrauterinos, cirúrgicos e comportamentais.
Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, entre as mulheres de 15 a 49 anos que ainda menstruavam e que eram sexualmente ativas nos últimos 12 meses, 40,6% utilizavam a pílula anticoncepcional.
Outros 22,9% usavam algum método de esterilização (17,3% a laqueadura e 5,6% a vasectomia), 20,4% a camisinha masculina, 9,8% a injeção, 4,4% o DIU, 0,6% algum outro método moderno (camisinha feminina, anel, adesivo, etc.) e 1,2% algum método tradicional (tabelinha, coito interrompido, etc).
Para escolher um método contraceptivo, o ideal é consultar um médico para conversar sobre o histórico clínico, checar as condições de saúde da paciente e discutir as diferentes estratégias.
Os especialistas consultados explicaram as principais vantagens e desvantagens dos métodos. Confira:
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Pílula anticoncepcional
As pílulas anticoncepcionais são métodos contraceptivos hormonais que podem associar estrogênio e progesterona, no caso das pílulas combinadas, ou apenas progesterona, nas chamadas minipílulas.
Vantagens: Custo relativamente baixo, alta e rápida eficácia, controle sobre o ciclo menstrual, pode ser descontinuada imediatamente, redução de cólicas menstruais e acne.
Desvantagens: Requer tomar diariamente, necessidade de prescrição médica, efeitos colaterais potenciais (como náuseas), não protege contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
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Dispositivo intrauterino (DIU)
O dispositivo intrauterino, mais conhecido como DIU, é um pequeno objeto em formato de T, inserido no útero. Os dispositivos podem ser com ou sem hormônio, com diferentes indicações e benefícios.
Vantagens: Contracepção de longa duração (varia de 3 a 12 anos, dependendo do tipo), altamente eficaz, não requer lembrança diária.
Desvantagens: Custo inicial mais alto, necessidade de inserção e remoção por um profissional médico, possível mudança no fluxo menstrual.
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Preservativo
Os preservativos são métodos de barreira e podem ser de dois tipos: masculinos (que recobrem o pênis) e femininos (inseridos na vagina). Vale lembrar que nunca deve-se utilizar dois preservativos juntos.
Vantagens: Protege contra ISTs, disponível sem prescrição médica, fácil de usar e acessível.
Desvantagens: Menor eficácia em comparação com outros métodos, necessidade de usar a cada relação sexual.
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Injeção
A injeção de hormônios é aplicada a cada um ou três meses, a depender do tipo de contraceptivo.
Vantagens: Eficácia de longa duração (1 e 3 meses), não requer lembrança diária, fácil aplicação, custo relativamente baixo.
Desvantagens: Necessidade de uma equipe médica para administração, possíveis efeitos colaterais (como ganho de peso) no caso da injeção trimestral, não protege contra ISTs.
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Implante
O implante anticoncepcional é um método hormonal que consiste na inserção de um pequeno bastão com 4 cm de comprimento e 2 mm de diâmetro sob a pele do braço. Ele armazena hormônio que é liberado na corrente sanguínea a age para impedir a concepção.
Vantagens: Altamente eficaz, contracepção de longa duração (3 anos ou mais), não requer esforço diário.
Desvantagens: Custo mais alto inicialmente, necessidade de procedimento médico para inserção e remoção, efeitos colaterais potenciais (como escapes).
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Outros métodos
Além dos métodos citados, existem outras maneiras de impedir uma gravidez indesejada. O método mais popular depois do preservativo, de acordo com a PNS, é a esterilização, por meio de laqueadura ou vasectomia. Também existem outras opções reversíveis, como diafragma, anel vaginal e adesivos.
Vale destacar que métodos comportamentais, como coito interrompido e “tabelinha”, também são opção para algumas pessoas, embora a taxa de falha costume ser maior.
Fontes: Karen Rocha De Pauw, ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana; Larissa Cassiano, ginecologista e obstetra e Marise Samama, ginecologista, presidente da Associação Mulher Ciência e Reprodução Humana do Brasil e pesquisadora do Departamento de Ginecologia da Universidade Federal de São Paulo.
- Texto originalmente publicado em CNN Brasil