Nos últimos dias de vida, a vítima teve contato próximo com o pai de 83 anos, a mãe de 82, o irmão de 61, e as duas irmãs, de 60 e 55. Segundo o irmão da vítima, os cinco parentes tem tidos os sintomas típicos: tosse, febre e falta de ar, mas não conseguiram fazer o teste para coronavírus.
Agora a gente fica achando que todo mundo está com coronavírus, essa praga miserável, Deus me perdoe “, afirmou o irmão da vítima, também porteiro aposentado, em entrevista ao jornal ‘O Globo’.
Sem plano de saúde, ele contou ter procurado um pronto-socorro na Zona Sul da capital paulista. “Fizeram um raio-X, disseram que meu pulmão está um pouco carregado, mas que é só gripe, me mandaram para casa. Pedi para fazer o exame do coronavírus, mas disseram que não tinha”, revelou.
“A gente está tomando vitamina, mas não tenho plano, dependo do SUS “, disse o irmão da primeira vítima fatal do coronavírus no Brasil.
Segundo apurou ‘O Globo’, as familiares não receberam apoio, ou orientação de agentes de saúde, sequer foram submetidos ao exame para diagnosticar a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
Segundo ele, a mãe, o pai e as duas irmãs também estão com sintomas de desconforto respiratório. O pai, em casa, está tomando antibióticos. Ao buscar atendimento nesta terça, lhe informaram que não era possível fazer o teste.
“Um absurdo recusarem o teste, ele teve febre, tosse. Dizem que a mídia chamou atenção demais pro problema e que não tem mais como fazer teste em todo mundo. Como ele pode vir pra casa?”, questionou o irmão.
O porteiro aposentado ainda contou que sua mãe e sua irmã estão internadas, no pronto-socorro do Hospital Brigadeiro, da rede estadual, e também não foram submetidas a teste.
Primeira Vítima
O porteiro aposentado foi internado no sábado, 14, depois de se sentir mal por pelo menos quatro dias. Os familiares contam que seu quadro agravou para uma pneumonia e ele morreu na manhã desta segunda-feira, 16. O enterro aconteceu nesta terça-feira, em São Paulo.