Técnica não-invasiva, portátil e de baixo custo, além de otimizar o diagnóstico.
No Brasil, o diagnóstico de morte encefálica requer pelo menos um exame complementar, incluindo o Doppler transcraniano(DTC), que apresenta as seguintes vantagens: não invasividade, alta portabilidade e baixo custo.
Atualmente, este exame é o único método não-invasivo aprovado para avaliar os padrões de fluxo da artéria intracraniana em pacientes com suspeita de morte encefálica. O DTC é menos suscetível que um eletroencefalograma (EEG) a resultados falso-positivos em pacientes com efeitos residuais de medicamentos sedativos.
Se critérios rigorosos forem seguidos, a sensibilidade e especificidade do Doppler transcraniano para confirmação de morte encefálica, quando comparada à angiografia cerebral como padrão-ouro, é de 88 e 100%, respectivamente.
No entanto, casos falso-negativos podem ocorrer em pacientes com janelas transcranianas ruins para insonação ultrassonográfica e alguns pacientes com avaliações clínicas positivas podem apresentar fluxo sanguíneo residual mesmo após arteriografia cerebral.
O uso do Doppler transcraniano colorido como ferramenta diagnóstica requer examinadores habilidosos, e estudos futuros devem ser realizados para demonstrar que a eficácia deste exame é semelhante à do Doppler transcraniano no diagnóstico de morte encefálica.
Ao comparar esses métodos, as “Diretrizes brasileiras para aplicação da ultrassonografia transcraniana como teste diagnóstico para confirmação de morte encefálica” concluem que o Doppler transcraniano deve ser considerado o padrão-ouro para o diagnóstico de parada circulatória encefálica.
Como usar a neurossonologia para confirmar parada circulatória encefálica
A Academia Brasileira de Neurologia e as Diretrizes Brasileiras recomendam os seguintes pontos:
Antes da avaliação
- Pressão arterial sistólica maior que 90 mmHg;
- Se necessário, reposição de líquidos e/ou uso de aminas vasoativas são autorizadas.
Avaliação
- Com pelo menos 30 minutos;
- Avaliar as janelas transtemporal (artérias cerebrais médias) e suboccipital (artérias basilares e artérias vertebraiss), bem como a janela transorbital (sifão carotídeo) nos casos selecionados;
- Procurar padrões de parada circulatória encefálica na circulação anterior e posterior.
Não exclui parada circulatória encefálica
- Procedimento neurocirúrgico ou craniectomia;
- Presença de drenagem ventricular;
- Fluxo residual isolado no sifão carotídeo;
- Sem fluxo ou capacidade limitada para avaliar a artéria basilar quando os padrões de parada circulatória encefálica são demonstrados em ambos as artérias vertebrais.
Quer saber mais sobre o tema? Confira as “Diretrizes brasileiras para aplicação da ultrassonografia transcraniana como teste diagnóstico para confirmação de morte encefálica”, elaboradas por Dr. Marcos Lange e colegas.
Fonte: Educa CETRUS