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Infecções respiratórias em crianças e o vírus sincicial respiratório

Recentemente, houve um crescimento significativo de crianças internadas com quadros de infecções respiratórias no Brasil.

A faixa etária pediátrica é a mais atingida por quadros virais, sendo comum crianças apresentarem oito ou mais infecções de vias aéreas superiores anualmente. Contudo, é notório o recente aumento dos atendimentos em serviços de emergência e de hospitalizações em todo o país por infecções respiratórias.

De acordo com o Boletim Infogripe da Fiocruz, houve crescimento expressivo de internações de crianças acometidas por infecções respiratórias causadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR) em vários estados brasileiros.

Tal vírus responde pela principal causa de bronquiolite e pneumonia em lactentes e por 60.000 a 200.000 mortes de menores de cinco anos anualmente em todo o mundo, com alta transmissibilidade.

A forma grave da doença predomina na primoinfecção e a maioria das crianças é infectada até o primeiro ano de vida. Não há tratamento específico e geralmente há boa evolução.

Contudo, prematuros, cardiopatas congênitos, imunodeprimidos e portadores de displasia broncopulmonar apresentam maior necessidade de hospitalização e maior morbimortalidade associada ao VSR.

Ademais, estima-se que 17-60% das crianças com bronquiolite viral aguda, com necessidade de internamento hospitalar, desenvolvem sibilância recorrente. Dentre as indicações de internamento: hipoxemia, desconforto respiratório, toxemia, letargia, desidratação, apneia e impossibilidade de observação da criança são as principais.

A fim de reduzir a disseminação do vírus, recomenda-se reforçar as medidas de higienização das mãos e evitar que as crianças fiquem em ambientes mal ventilados e fechados ou em contato com pessoas com quadros respiratórios.

De acordo com Friedrich et al. (2020), em 2020 houve uma queda considerável no número de internamentos bronquiolite e outras infecções respiratórias, sugerindo o impacto das medidas de distanciamento social em função do covid-19 no seu controle.

Ademais, deve-se evitar exposição ao tabaco uma vez que implica maior risco de doença grave.

Cabe destacar ainda que a despeito da inexistência da vacina contra o vírus sincicial respiratório, é importante que os pediatras reconheçam o palivizumabe como forma de imunização passiva para os grupos de risco de maiores complicações da doença.

São eles: crianças com idade inferior a 1 ano nascidas com idade gestacional até 28 semanas e 6 dias e crianças com idade inferior a 2 anos com doença pulmonar crônica da prematuridade ou doença cardíaca congênita com repercussão hemodinâmica.

Ademais, é imprescindível abordar nas consultas a importância da atualização do esquema vacinal contra vírus como influenza e covid-19 a fim de proteger a população pediátrica contra agravos potencialmente preveníveis.

 

 

 

 

– Texto publicado originalmente em PEBMED

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