A bacteriúria assintomática, definida como Urinocultura positiva com mais de 105 UFC, está presente em cerca de 2-5% das gestações.
Um recente estudo da Cochrane envolvendo 2000 gestantes com bacteriúria assintomática evidenciou que o tratamento dessa entidade na gestação reduz o risco de pielonefrite aguda, prematuridade e baixo peso ao nascer, sem, no entanto, influenciar no óbito neonatal.
Tratamento da infecção urinária na gestação
O tratamento de primeira linha serão sempre os antibióticos de amplo espectro, sejam eles dose única como a fosfomicina ou estendidos com a nitrofurantoína. Na presença de sintomas, definido como cistite, o esquema ampliado com amoxilina ou nitrofurantoina ou ainda a cefuroxima deve ser escolhido.
No entanto, fundamental após qualquer tratamento para infecção urinária é a coleta de uma nova amostra de urina sete dias após o término do esquema escolhido para que tenhamos a certeza do tratamento adequado.
Na vigência de sinais sistêmicos como náusea, febre e dor lombar, o diagnóstico de pielonefrite aguda deve ser levantado. Lembrando que 30% dos casos de bacteriúria assintomática evoluem para pielonefrite aguda.
A internação da gestante portadora de pielonefrite é mandatória assim como a coleta de Urinocultura, hemocultura, hemograma, função renal e eletrólitos, seguida da instalação de antibioticoterapia venosa de amplo espectro.
A manutenção do esquema venoso de antibiótico deve ser realizada até a paciente permanecer afebril por 48 horas. Sempre deve ser dada atenção a sinais e sintomas sugestivos de agravamento clínico materno com a sepse.
Atenção deve ser dada aos casos obstrutivos que evoluem com pielonefrite, onde a intervenção cirúrgica é necessária, sendo a tomografia o padrão ouro do diagnóstico.
A decisão cirúrgica para a litíase renal em gestante está indicada na presença de sepse materna (pielonefrite obstrutiva), dor refratária e insuficiência renal aguda obstrutiva.
O uso ou não da tomografia está indicado a partir do momento em que o diagnóstico de litíase é fundamental para a definição de conduta, ou seja, quando o desfecho da paciente pode ser modificado após esse exame. Dessa forma, o ultrassom de vias urinárias ainda ocupa um grande espaço nesse rastreio.
Fonte – Portal PEBMED