Como se não faltassem evidências de que os cigarros eletrônicos podem ser extremamente prejudiciais à saúde dos usuários, sendo associados ao surgimento de doenças pulmonares, problemas cardíacos e até determinados tipos de câncer, como o de pulmão e a leucemia, um novo estudo – realizado por pesquisadores Universidade da Califórnia em Riverside, EUA – apontou que o uso desses dispositivos pode causar danos genéticos também.
Perigo
De acordo com Brittany A. Roston, do site Slash Gear, apesar de existirem incontáveis modelos de cigarros eletrônicos no mercado, os dispositivos apresentam mais ou menos os mesmos componentes. Basicamente, os aparelhos são compostos por uma mecha que absorve o líquido presente no vaporizador que, então, é aquecido pelo atomizador conforme o usuário traga.
Ademais, os elementos envolvidos no aquecimento dos fluidos dos vapes consistem em fios feitos de uma liga metálica de níquel e cromo – que, por sua vez, ficam presos no interior de uma câmara por meio de pequenas pinças de latão e solda. O que acontece é que, conforme descobriram os pesquisadores, quando o cigarro é acionado e o líquido vaporizado pelo calor, partículas dos metais dos componentes do dispositivo acabam se soltando e sendo inaladas pelo usuário.
Vapes na mira da Ciência
Os cientistas identificaram níveis elevados de marcadores associados à exposição a determinados metais na urina de fumantes de cigarros eletrônicos, indicando que as partículas liberadas pelos componentes dos dispositivos se acumulam no organismo dos usuários. Um dos elementos encontrados em grandes quantidades pelos pesquisadores foi o zinco – que, em altas concentrações, pode acelerar a oxidação celular e ocasionar danos genéticos.
A mesma equipe explicou que efeitos tão pronunciados não foram observados em fumantes de cigarros convencionais, o que sugere que, além de os dispositivos serem evidentemente prejudiciais à saúde, os vapes podem ter efeitos tão ou mais negativos do que o tabaco comum, dependendo do caso.
Mal-estar
Além desse estudo que mencionamos acima, segundo Victor Tangermann, do site Futurism, recentemente uma dupla de pesquisadores da Universidade da Califórnia em São Francisco, nos EUA, se envolveu em uma “saia justa” que gerou questionamentos na comunidade científica. Isso porque os dois divulgaram uma declaração em que se desculparam publicamente sobre os resultados de um estudo que realizaram.
Na pesquisa, os cientistas encontraram evidências de que os cigarros eletrônicos têm efeito semelhante no organismo que os cigarros convencionais e que o uso de ambos produtos resulta ser mais prejudicial para a saúde do que o consumo isolado. Ademais, os pesquisadores concluíram que os cigarros eletrônicos expõem os usuários a um maior risco de sofrer ataques cardíacos.
Entretanto, os resultados foram contestados por um especialista da Universidade de Lousville, também nos EUA, que apontou que os participantes no estudo da dupla da Universidade da Califórnia eram todos fumantes ou antigos fumantes – o que, por sua vez, poderia ter afetado os resultados da pesquisa. No fim, outros cientistas se uniram à bronca, forçando os autores do trabalho a se retratarem publicamente. Contudo, essa barafunda científica também lançou a suspeita de que essa história toda possa ter sido motivada por pressões da indústria de cigarros eletrônicos.
Fonte: Tecmundo