Entenda como agem os antialérgicos (medicamentos anti-histamina) e quais os riscos
Quando sofremos com espirros e coceira, logo pensamos que estamos com algum tipo de alergia, que nada mais é do que uma resposta exagerada do sistema imunológico após exposição a uma série de agentes. E antes de procurar ajuda médica, muitas pessoas decidem tomar antialérgicos em casa para tentar resolver o problema. Mas muitos ainda têm dúvidas sobre o uso correto desses medicamentos que inibem a ação da histamina.
Embora alguns antialérgicos sejam vendidos livremente no Brasil, ou seja, sem prescrição médica, é importante ressaltar que, como qualquer outro medicamento, é necessário usar com cautela.
O que são os antialérgicos?
Os antialérgicos, também conhecidos como anti-histamínicos, são substâncias que atuam no bloqueio da substância histamina, que atua em processos alérgicos.
“Um anti-histamínico (antialérgico) é um medicamento que busca inibir a ação da histamina. A histamina é um mediador químico secretado pelo corpo, especialmente no caso de reações alérgicas”, indica Patrícia Moriel, professora do curso de Farmácia da Fcf/UNICAMP.
Outro ponto importante é que os anti-histamínicos apenas aliviam os sintomas das alergias, sem tratar sua causa.
Já o tempo de ação do remédio depende muito de qual classe foi usada. “O anti-histamínico começa a agir dentro de 30 a 60 minutos”, afirma Cristina Abud, alergologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
Tipos de antialérgicos
Como dito anteriormente, os anti-histamínicos bloqueiam a sua ligação aos receptores de histamina. Existem dois tipos de receptores de histamina que são alvo dos medicamentos: os receptores H1 (primeira geração) e H2 (segunda geração).
“Os anti-histamínicos H1 têm como alvo os receptores H1, situados no corpo inteiro, buscando lutar contra fenômenos alérgicos. Já anti-histamínicos H2 agem sobre os receptores H2, especialmente os que estão situados na mucosa gástrica, no estômago (diminuem a acidez gástrica)”, diz Patrícia Moriel.
Antialérgicos (anti-histamínicos) de 1ª geração
De acordo com Cristina Abud, os anti-histamínicos de primeira geração foram os primeiros a surgirem e são sedantes, ou seja, dão mais sono. Para eles são necessárias mais doses durante o dia e, por isso, causam mais efeitos colaterais. Já os de segunda geração são mais novos, não sedantes e com menos efeitos colaterais.
Antialérgicos (anti-histamínicos) da 2ª geração
Os anti-histamínicos (antialérgicos) de segunda geração têm menor penetração no sistema nervoso central, o que significa que há menor efeito sedativo. São como uma nova versão da primeira geração. Assim, apresentam menor sensação de sono e são mais tolerados pelos pacientes, pois têm menos efeitos colaterais.
Além disso, é possível que os antialérgicos tenham uma divisão química. Segundo Patricia Moriel, eles são divididos em:
- Alquilaminas (exemplo: Dexclorfeniramina – 1ª geração)
- Etanolaminas (exemplo: Difenidramina 1ª geração)
- Etinodiaminas (exemplo: Antazolina 1ª geração)
- Fenotiazidas (exemplo: Prometazina 1ª geração)
- Piperazinas (exemplo: Meclizina – 1ª geração)
- Piperidinas (exemplo: Loratadina 2ª geração)
Quando tomar um antialérgico?
Segundo a alergologista, os anti-histamínicos são indicados em todos os processos em que a histamina age, como:
- Alergia
- Rinite Alérgica
- Conjuntivite Alérgica
- Urticária
- Anafilaxia
Contraindicações
As principais contraindicações são para anti-histamínicos que devem ser ajustados a pacientes renais crônicos ou com problemas hepáticos.
A alergologista Cristina Abud de Almeida afirma também que essa classe não é muito indicada para idosos, pacientes em uso de antidepressivos tricíclicos ou com qualquer outro comprometimento no sistema nervoso central.
É importante alertar também que os medicamentos são contraindicados para pacientes que tenham demonstrado qualquer tipo de reação alérgica ou incomum a qualquer um dos componentes da fórmula. Por isso é importante ler a bula antes de usá-lo.
Efeitos colaterais dos antialérgicos
Os antialérgicos podem causar efeitos adversos – tudo depende do medicamento -,por isso é importante que o uso seja acompanhado pelo médico. Os efeitos colaterais mais frequentes são:
- Sonolência (principalmente em remédios da 1ª geração de inibidores de histamina)
- Boca seca
- Perda de apetite
- Retenção urinária
- Queda de pressão e tontura
- Constipação intestinal
- Diminuição da neurotransmissão no sistema nervoso central
- Diminuição do rendimento cognitivo e neuropsicomotor
Medidas de controle ambiental para alergias
Dicas para uma casa saudável e uma vida livre de alergias:
- Ventilação: mantenha as janelas abertas durante o dia. Não tenha receio: vento não faz mal
- Móveis: o mobiliário deve ser simples, com bordas lisas e de fácil limpeza
- Limpeza: deve ser diária, com pano úmido com água, sabão e produtos de limpeza adequados. Evite produtos com odor ativo, como os derivados de amoníaco, além de vassouras,espanadores e aspiradores que não tenham filtros para reter partículas bem pequenas. Não esqueça da limpeza de ventiladores e dos filtros do ar-condicionado. Conserte focos de infiltração e umidade
- Colchões e travesseiros: troque travesseiros uma vez por ano e prefira modelos com espuma inteiriça. Evite penas ou flocos. Encape colchões e travesseiros com capas especiais contra ácaros e troque as roupas de cama semanalmente
- Animais: o ideal é não dormir com eles no mesmo quarto
- Cuidados no armazenamento de roupas: lave roupas guardadas antes do uso
- Controle de fatores irritantes: fumaça de cigarro, odores e umidade.
Fonte: Minha Vida