Entre as doenças associadas ao excesso de peso e à obesidade, vem ganhando destaque a doença hepática gordurosa não alcoólica (o tipo mais comum de esteatose hepática), ou seja, acúmulo de gordura no fígado. A razão por trás disso está na má alimentação, ou hábitos alimentares inapropriados aliados ao sedentarismo acabam por acarretar aumento de peso com o passar do tempo. Este, no que lhe concerne, associa-se com problemas de saúde, tais como pressão alta, diabetes mellitus, aumento dos níveis de colesterol e todas suas consequências.
Casos graves de doença hepática gordurosa podem até levar à insuficiência hepática. Reduzir esse acúmulo anormal de gordura no fígado geralmente envolve exercícios regulares e outras mudanças no estilo de vida saudável, como comer uma dieta equilibrada e reduzir a ingestão de açúcar. Agora, uma pesquisa recente sugere que um composto conhecido encontrado no açafrão pode fazer uma grande diferença na melhoria da saúde do fígado.
Um estudo publicado na revista Drug Research descobriu que a curcumina tem efeitos benéficos à saúde do fígado, como melhorar o fluxo sanguíneo e reduzir a gordura hepática.
Tome curcumina para melhorar a saúde do fígado
A curcumina é considerada o principal ingrediente ativo da cúrcuma (Cúrcuma longa), uma especiaria perene intimamente relacionada ao gengibre. A cúrcuma tem sido usada há milhares de anos, tanto como tempero quanto como alimento básico na medicina aiurvédica, por suas poderosas propriedades medicinais, incluindo potentes efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios. A curcumina combate naturalmente o câncer, as doenças cardíacas, a doença de Alzheimer e a obesidade.
A curcumina também é encontrada para aumentar um hormônio do crescimento chamado fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF). Aumentar esse hormônio pode ajudar a atrasar ou até reverter o declínio da cognição relacionada à idade e muitas doenças neurodegenerativas como a doença de Alzheimer. Níveis mais altos de BDNF também podem melhorar a memória.
Neste estudo, pesquisadores do Irã tiveram como objetivo avaliar a eficácia e segurança da curcumina como suplemento dietético para indivíduos afetados por doença hepática gordurosa não alcoólica (NAFLD). Para fazer isso, os pesquisadores recrutaram 87 pacientes diagnosticados com DHGNA e os distribuíram aleatoriamente em um dos dois grupos. A equipe encarregou um dos grupos de tomar 1,000 mg de curcumina por dia durante um período de oito semanas, enquanto o outro grupo tomou placebo no mesmo período. Cada paciente recebeu conselhos sobre dieta e estilo de vida antes do início do julgamento. Os pesquisadores analisaram medidas físicas, níveis de enzimas hepáticas e exames de fígado antes do julgamento e após oito semanas de acompanhamento.
No final do período de acompanhamento, os pesquisadores descobriram que a suplementação de curcumina estava associada a uma redução significativa no índice de massa corporal e na circunferência da cintura em comparação ao grupo placebo. Esse achado é particularmente importante porque a obesidade é considerada um fator de risco para DHGNA.
Além disso, as tomografias ultrassonográficas do fígado revelaram que 75% das pessoas que tomaram curcumina apresentaram melhorias significativas na saúde geral do fígado, enquanto a taxa de melhora das pessoas no grupo controle atingiu apenas 4,7%. Enquanto os níveis séricos de aspartato aminotransferase e alanina aminotransferase foram elevados nos participantes do grupo placebo, os do grupo da curcumina apresentaram níveis significativamente reduzidos de enzimas hepáticas.
Por fim, os participantes que tomaram suplementos de curcumina diariamente também encontraram melhorias significativas no volume hepático, no fluxo sanguíneo hepático e no diâmetro das veias hepáticas; todos os quais contribuem para a função hepática adequada.
O estudo sugere que a curta suplementação de curcumina pode efetivamente reduzir a quantidade de gordura hepática presente em pacientes com DHGNA. Os resultados também confirmam a capacidade da curcumina de melhorar as medidas corporais e apoiar a função hepática adequada. Os pesquisadores acrescentaram que seu estudo merece mais pesquisas explorando os efeitos promissores desse “composto milagroso”.