O cominho é considerado a segunda especiaria mais popular do mundo, perdendo apenas para a pimenta. Ele é mundialmente utilizado para trazer mais sabor para diversos pratos, mas a culinária indiana é certamente a que mais utiliza o condimento em seu cardápio. Embora ele seja um recurso usado comumente para adicionar um “toque especial” aos alimentos, os benefícios do cominho podem trazer contribuições muito mais relevantes e impactar positivamente na sua saúde.
O uso tradicional de cominho remonta à pré-história, como evidenciado por sua presença nos túmulos egípcios. Na verdade, os gregos o usavam da mesma forma que usamos pimenta hoje, mantendo o cominho à mesa do jantar em seu próprio recipiente, que ainda é praticado pelos marroquinos até hoje. Também é usado por milênios na Índia como o ingrediente tradicional de curry (açafrão). Em países do sudeste asiático, é usado para ajudar a digestão, tosse, dores diversas e para promover a saúde do fígado. No Irã, a sua aplicação é feita para tratar convulsões e na Tunísia ele serve para ajudar a combater infecções e baixar a pressão arterial.
Um corpo acumulado de pesquisas indica agora que esses antigos usos “culinários”, uma vez considerados de natureza principalmente estética, podem ter desempenhado papéis medicinais mais fundamentais nessas culturas. A investigação científica moderna revelou que o cominho tem uma ampla gama de propriedades curativas em potencial que, quando aplicadas adequadamente, podem aliviar profundamente o sofrimento humano, fornecendo alternativas naturais às intervenções farmacêuticas frequentemente altamente tóxicas
- Infecções bacterianas : o óleo de cominho tem se mostrado eficaz na morte das bactérias Klebsiella penumoniae, incluindo a diminuição da formação de biofilme (um mecanismo de defesa das bactérias contra antibióticos), além de melhorar a atividade antimicrobiana de antibióticos convencionais como a ciprofloxacina.
- Infecção por Candida (levedura) : Ao contrário dos antibióticos convencionais que contribuem para o crescimento oportunista de fungos, o cominho demonstrou ter uma atividade inibidora considerável contra três cepas diferentes de levedura de Candida albicans. Também foi estudado para ser eficaz contra uma ampla variedade de outros fungos e leveduras, incluindo Aspergilli e dermatófitos (fungos que causam doenças de pele).
- Cataratas : o cominho demonstrou retardar a formação de cataratas associadas ao diabetes principalmente por meio de suas propriedades anti-glicantes, ou seja, impede que o açúcar no sangue fique “pegajoso” (ou seja, caramelização) e subsequentemente danifique os tecidos do corpo.
- Cânceres : o cominho demonstrou em pesquisas pré-clínicas ter atividade inibitória contra o câncer do colo do útero e do cólon.
- Placa dentária : o óleo de cominho tem se mostrado eficaz como um agente anti-gengival alternativo à clorexidina química comumente usada em enxaguantes bucais.
- Diabetes : Como mencionado em nossa abertura, o cominho tem propriedades antidiabéticas significativas. Outro estudo de 2002 descobriu que o tratamento de ratos diabéticos com cominho era mais eficaz que o medicamento glibenclamida, resultando em reduções na inflamação, alterações gordurosas, colesterol no tecido, triglicerídeos, ácidos graxos livres, glicemia e hemoglobina glicada – todos indicadores positivos.
- Patógenos de origem alimentar – Verificou-se que o óleo de cominho trabalha sinergicamente com outros agentes de preservação de alimentos para inibir o crescimento de patógenos de origem alimentar.
- Função imunológica : descobriu-se que o cominho estimula efetivamente a função imunológica de uma maneira que pode beneficiar indivíduos imunocomprometidos.
- Fertilidade (contraceptivo reversível): descobriu-se que o cominho possui atividades contraceptivas potentes em ratos machos sem toxicidade aparente.
- Distúrbios da memória: descobriu-se que o cominho reduz as alterações oxidativas induzidas pelo estresse no cérebro, além de melhorar a cognição, conforme determinado pela aquisição, retenção e recuperação em ratos, de maneira dependente da dose.
- Trombose (coágulo): Demonstrou-se que a semente de cominho inibe a agregação plaquetária, indicando que pode prevenir a coagulação patológica do sangue. Nota: é claro que isso significa que poderia interagir adversamente com os anticoagulantes.
Mais benefícios do cominho para a saúde
1- Ajuda a melhorar os níveis de colesterol
A capacidade do cominho de melhorar os níveis de colesterol está relacionada às suas propriedades hipolipidêmicas, o que ajuda a controlar altos níveis de gorduras. Vários estudos já foram realizados para evidenciar esses efeitos. Estudos já apontou uma redução de 10% nos níveis de colesterol LDL (ruim) de pacientes que tomaram extrato de cominho durante um mês e meio. O terceiro estudo constatou que misturar o cominho ao iogurte pode impulsionar o colesterol HDL (bom). A análise foi realizada com 88 mulheres, e aquelas que tomaram 3 gramas de cominho com iogurte duas vezes ao dia por três meses apresentaram níveis mais elevados de HDL do que aquelas que comiam iogurte sem ele.
2- Promove a digestão
O responsável pelo aroma do cominho é um composto orgânico chamado cuminaldeído, que está presente em seu óleo essencial. Ele ativa as glândulas salivares na boca, o que facilita a digestão primária dos alimentos. Na sequência vem o timol, um composto capaz de estimular as glândulas que secretam ácidos, bílis e enzimas envolvidas na completa digestão dos alimentos no estômago e nos intestinos.
3- Aumenta a imunidade
Estar com a imunidade alta impede a entrada de vírus, fungos e outros patógenos que podem causar muitas doenças e infecções. Quando o sistema imunológico está forte, ele é capaz de formar uma barreira protetora. Alguns alimentos são conhecidos por ajudar, e esse é um dos benefícios do cominho.
Ele é composto por ferro, óleos essenciais, vitamina C e A. Essa combinação é capaz de impulsionar o sistema imunológico de várias maneiras; por exemplo, a vitamina C – que é considerada um dos antioxidantes mais poderosos – estimula a função e atividade dos glóbulos brancos no organismo, além de ajudar a neutralizar os efeitos dos radicais livres que provocam muitas doenças, incluindo as cardiovasculares e câncer.
4-Previne diabetes
Esses estudos foram feitos utilizando suplementos concentrados de cominho, mas usá-lo como tempero também pode ajudar a controlar os níveis de açúcar no sangue em pessoas com diabetes.
Um estudo clínico que envolveu pessoas com excesso de peso mostrou que um suplemento concentrado de cominho melhorou os indicadores iniciais de diabetes e que ele também contém componentes que combatem alguns dos efeitos da diabetes em longo prazo.
5- Ajuda a tratar asma e bronquite
O cominho possui uma combinação adequada para ajudar aqueles que sofrem com distúrbios respiratórios, como asma e bronquite. A presença da cafeína, que é estimulante, e dos óleos essenciais ricamente aromáticos, que são desinfetantes, permite que ele exerça uma função expectorante.
Ele ajuda a tratar a condição que desencadeou o problema, trabalha para soltar o catarro que está acumulado e também o muco nas vias respiratórias; dessa forma, o processo de eliminação se torna muito mais fácil.
6- Previne anemia
A anemia é considerada uma das deficiências nutricionais mais comuns, e estatísticas mostram que ela afeta até 20% da população mundial e até 10 em 1.000 pessoas nos países mais ricos.
Particularmente as crianças precisam de ferro para apoiar o crescimento e as mulheres jovens precisam de ferro para substituir o sangue perdido durante a menstruação, então adicionar o cominho na dieta pode ser uma ajuda valiosa para tratar a anemia, pois ele é rico em ferro e pode diminuir sintomas como fadiga, ansiedade, disfunção cognitiva e problemas digestivos.
8- Combate os radicais livres
Os radicais livres são considerados elétrons solitários que quando estão livres buscam continuamente se ligar a outras substâncias. Nesse processo, ele acaba “roubando” elétrons que já possuem pares, causando a oxidação, que pode desenvolver artérias obstruídas e doenças cardíacas. E os malefícios dos radicais livres não param por aí, pois ele também está associado à inflamação na diabetes e a oxidação do DNA pode contribuir com o desenvolvimento de câncer.