As mulheres que apresentam câncer de ovário, trompa de falópio e carcinoma peritoneal primário em geral são diagnosticadas já na fase de carcinomatose peritoneal, a de mais alta mortalidade. Aqui a taxa de sobrevida é em torno de 37 a 43% em cinco anos. O tratamento dessas fases avançadas envolve cirurgia citorredutora seguida de quimioterapia adjuvante na tentativa de minimizar a doenças residual.
A sobrevida com o uso de quimioterapia intraperitoneal pode se estender por mais de dez anos. Entretanto, os efeitos colaterais dados pela presença do cateter, como dor abdominal, limitam seu uso a longo prazo.
A quimioterapia intraperitoneal hjpertérmica (HIPEC) envolve a administração de agentes quimioterápicos no intraoperatório antes que existam aderências que dificultem a chegada do medicamento em todas as partes do abdômen, podendo trazer enormes benefícios.
Estudo
O trial de fase 3 (fase 2 foi realizada em 2009 demonstrando viabilidade e segurança) foi publicado no JAMA Surgery de 9 de março de 2022 mostrando o estudo realizado na Coreia do Sul com um braço cego apenas em dois serviços oncológicos atendendo pacientes de estágios 3 e 4 de câncer de ovário com doença residual menor que 1,0 cm, randomizados num grupo recebendo cisplatina , 75 mg/m2 / 41,5ºC por 90 minutos e outro grupo controle. Um total de 184 pacientes (92 em cada grupo) foram acompanhadas para avaliar primariamente tempo de sobrevida geral e não progressão da doença.
O estudo em pacientes com tumores de ovário, trompa e primários de peritônio estádios 3 e 4, não encontrou melhora na sobrevida com diferença significativa entre os grupos. A hipertermia como tratamento sequencial naquelas pacientes reoperadas pode ser benéfica (esse é o primeiro trial) ao ativar o sistema imune por choque térmico, estimulando a imunidade inata das pacientes.
Os resultados nos casos em que o tratamento primário associa citorredução com HIPEC não mostraram diferença em relação aos controles, diferentes dos pacientes com doenças recidivadas reoperados, que mostraram redução das taxas de recorrência e mortalidade.
Conclusão
Assim conclui-se que o uso da HIPEC necessita mais estudos nesses quadros de neoplasias avançadas com resultados promissores em pacientes mais graves ou recidivadas.
Fonte: PEBMED