A dieta cetogênica é composta principalmente por gorduras (80-90%), proteínas (8-15%), com qauntidade mínima de carboidratos (2-5%). Trata-se, portanto, de uma tentativa artificial de imitar um estado de jejum através da limitação ao consumo de carboidratos e proteínas metabolizadas. Níveis de glicose diminuídos provocam um maior aproveitamento dos corpos cetônicos produzidos pelo metabolismo de gorduras como fonte de energia (estado cetótico), e a consequente quebra das reservas de glicose corporais.
Os principais alimentos que devem ser evitados durante a dieta cetogênica são:
- Grãos (arroz, trigo, centeio, aveia, cevada, quinoa, massa, cereais, pizza)
- Legumes em geral, especialmente os ricos em amigo e tubérculos (batata)
- Frutas com alto teor de carboidratos; frutas secas (bananas, maçãs, laranjas)
- Laticínios com baixo teor de gordura
- Gorduras e óleos refinados ou óleo vegetal
- Açúcar
- Álcool
São permitidos:
- Carne bovina, suína, aves, peixes
- Ovos, queijos
- Azeite de oliva e óleo de coco
- Vegetais sem amido, como saladas com folhas verdes
Benefício em distúrbios neurológicos
Um benefício histórico relevante se refere ao uso da dieta cetogênica como principal tratamento para epilepsia na década de 20, o que, no entanto, foi caindo em desuso com o desenvolvimento de anticonvulsivantes, restringindo sua indicação apenas para casos refratários e com comprovado benefício da adoção.
Esse potencial benefício, no entanto, ainda é observado para o tratamento de outros distúrbios neurológicos, por um efeito neuroprotetor de aumento na plasticidade neuronal. O que se aplicaria, por exemplo, para doenças degenerativas como Alzheimer e Parkinson, cujos resultados preliminares de adoção da dieta demonstram melhora clínica. Ou mesmo em transtornos do espectro autista, em que melhorias comportamentais também foram relatadas. Pesquisas realizadas em animais também demonstraram potencial benefício na recuperação de lesões traumáticas de encéfalo.
Benefício no diabetes tipo 2 e obesidade
A dieta cetogênica apresenta alto potencial de adoção no diabetes tipo 2 e obesidade, em que a dieta cetogênica promove maior perda de peso e supressão do apetite, podendo, inclusive, diminuir a necessidade de drogas antidiabéticas.
Vale ressaltar, no entanto, que a adoção da dieta traz riscos, como o risco aumentado de hipoglicemia, sendo, portanto, recomendado o acompanhamento médico e redução gradual de drogas hipoglicemiantes, no intuito de minimizar o risco de intercorrência.
Fonte: Portal PEBMED