Infecções, traumas, imobilidade, desidratação, entre outros quadros, aumentam o risco de tromboembolismo pulmonar (TEP).
A embolia pulmonar consiste na obstrução de um ou mais ramos das artérias pulmonares por um trombo que foi desalojado de uma veia, deslocado através do átrio direito e alojado na circulação pulmonar.
Tal evento é incomum na população pediátrica, sendo um fator de risco frequentemente encontrado a presença de um cateter venoso central. Isso porque, tal dispositivo pode contribuir para danos endoteliais vasculares e favorecer a formação de trombos.
Ademais, infecções, traumas, imobilidade, desidratação, neoplasias, cardiopatias e condições inflamatórias crônicas também aumentam o risco de tromboembolismo pulmonar (TEP).
No que concerne à clínica, a apresentação é variável, podendo ser silenciosa. A taquipneia inexplicável e persistente pode sugerir o diagnóstico, assim como sintomas como cianose, dispneia, tosse, hemoptise e dor torácica pleurítica, sendo este último o sintoma mais comum em adolescentes. Sinais de trombose venosa profunda podem estar presentes.
A confirmação diagnóstica é realizada por meio da angiotomografia de tórax. Diferentemente do adulto, o D-dímero não parece ter bom desempenho em crianças, podendo não ser clinicamente relevante pois as que cursam com TEP têm maior probabilidade de apresentar comorbidades subjacentes que também elevam o D-dímero.
O tratamento, por sua vez, consiste na estabilização hemodinâmica e no uso de anticoagulantes parenterais (heparina de baixo peso molecular ou heparina não fracionada) por cinco a dez dias, seguido pela anticoagulação prolongada com duração determinada pela gravidade do quadro e fatores de riscos associados.
A heparina de baixo peso molecular (HPBM) é geralmente preferida quando comparada à heparina não fracionada (HNF). Apresenta menor necessidade de monitoramento sérico e de risco de trombocitopenia induzida por heparina. Contudo, nos pacientes com comprometimento renal ou com risco elevado de sangramento, a heparina não fracionada deve ser utilizada preferencialmente.
Diagnóstico Diferencial
- Pneumonia;
- Insuficiência cardíaca;
- Asma;
- Neoplasia;
- Pneumotórax;
- Dor de origem muscular.
Acompanhamento
Indicações de internação: Todos os pacientes com embolia pulmonar devem ser hospitalizados.
Aqueles que apresentam choque cardiogênico devem ser internados em unidade de terapia intensiva.
- Texto publicado originalmente em PebMed