Confira os detalhes sobre o que foi falado sobre a crise convulsiva no congresso da American College Physicians 2023.
A crise convulsiva pode ocorrer de modo isolado ou por um fator transitório, como uma infecção ou distúrbios eletrolíticos. Quando há episódios recorrentes e/ou alterações na imagem/EEG que indiquem alto risco de recorrência, o paciente é diagnosticado com epilepsia.
Uma vez que haja um episódio, a prioridade do médico é definir se foi crise convulsiva, síncope ou psicogênico. Uma vez definido que foi crise convulsiva, a próxima etapa é classificá-la: focal vs generalizada; se focal, com ou sem perda da consciência.
Esteja bem atento ao exame neurológico completo e ao uso de medicações “over-the-counter”, como fitoterapia e suplementos alimentares.
Exames de imagem e laboratoriais são necessários para identificar se foi um episódio primário ou se há uma causa secundária – especialmente comum no paciente já internado e sem episódios prévios:
- Neuroimagem é obrigatório. RM tem maior acurácia se disponível
- Considere o líquor conforme achados da história e exame físico
- EEG
- Hemograma e PCRt – avalie risco de infecção
- Função renal, hepática e eletrólitos
- Toxicologia, a depender da história clínica
O tratamento dependerá do tipo de crise e se é “ataque” ou manutenção. A participação do especialista nesta escolha é fundamental. A ideia aqui é trazer noções gerais, principalmente para aqueles sem acesso imediato ao especialista.
Ataque: uma crise autolimitada, com até três a cinco minutos, não necessita de droga abortiva. A preocupação é o paciente com crise prolongada ou que não recupera consciência após os movimentos, o que pode indicar evolução para estado de mal epiléptico. Midazolam e propofol são drogas comumente utilizadas para “abolir” uma crise de imediato. Atenção para hipotensão e depressão respiratória após sua administração.
Manutenção, Crise Focal: fenitoína, carbamazepina e oxcarbazepina.
Manutenção, Crise Generalizada: valproato, topiramato, lamotrigina e levetiracetam → são também as mais utilizadas nas convulsões de terapia intensiva e no paciente hospitalizado, pelo seu amplo espectro.
Texto publicado originalmente em Portal PEBMED