“Infelizmente, não dá para falar em alimentos específicos que ajudam a eliminar gordura só no abdômen”, informa a expert. Na verdade, primeiro é preciso avaliar quantas calorias a pessoa consome e também a quantidade que queima ao longo do dia.
“O ideal é comer menos do que gastamos”, ensina Clarissa. Com os ajustes certos para alcançar essa simples matemática à mesa, os quilos extras (e a gordura) vão embora do corpo – é aí que a barriga acaba secando.
Tá, mas se não há uma dieta certeira para perder só a barriga, você pode estar se perguntando se alguns ingredientes ao menos conseguem acelerar a torra calórica no corpo todo. Ora, quem nunca ouviu falar nos chamados alimentos termogênicos, como gengibre, pimenta e afins?
Se não, eles são louvados por supostamente darem um gás no metabolismo, resultando em maior emagrecimento. Mas, segundo Clarissa, esses itens turbinam discretamente o gasto energético. Ou seja, não adianta se entupir deles e esperar mudanças radicais no espelho.
“O peso da atividade física na queima de calorias é muito maior do que o de alimentos termogênicos. Então, é bem melhor pensar em aumentar o gasto de energia com o auxílio dos exercícios”, avalia a nutricionista.
Por falar em atividade física…
Será que alguma modalidade faz sumir a indesejada barriguinha? “Não existe a possibilidade de queima localizada de gordura, independentemente do esporte praticado”, avisa o médico Fernando Torres, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE).
Ele faz coro à Clarissa, lembrando que o crucial mesmo é termos um balanço energético negativo – ou seja, gastar mais do que comer. Assim, eventualmente aquela pochete também vai desinflar.
“Os exercícios aeróbicos conseguem uma queima total mais importante em uma sessão de treino do que a musculação”, conta Torres. Mas isso não é motivo para só correr ou pedalar. “Embora os efeitos tenham magnitudes diferentes, logicamente ambas as modalidades vão somar gastos, o que só vai ajudar no resultado final”, pondera.
O médico lembra que, por características fisiológicas e hormonais, as mulheres têm uma predisposição maior a reservar gordurinhas no baixo ventre (a parte de baixo da barriga), no quadril (o tal do culote) e na parte superior da coxa.
“Especialmente no baixo ventre, esse acúmulo pode gerar uma barriguinha mais proeminente”, observa. Só que, devido à ação hormonal, há maior dificuldade em eliminar gordura nesses locais. “Mas, claro, o fenômeno é individualizado”, acrescenta Torres.
Nos homens, também há desafios na hora de secar a barriga. Os hormônios deles estimulam o depósito de gordura justamente na área profunda do abdômen, envolvendo os órgãos. “É a gordura visceral, chamada por alguns de barriga de chope”, diz Torres. Esse, aliás, é o tipo mais nocivo de gordura à saúde.
Por que o desafio vale a pena
É importante mesmo ficar de olho no tamanho da barriga – e seguir um estilo de vida que não a deixe crescer. “O acúmulo de gordura nessa região central é perigoso. Trata-se de um marcador de doença cardiovascular”, aponta Clarissa.
Tanto é que, para se avaliar o risco de doenças cardíacas, a medida da cintura é levada em conta. “Então, esse cuidado em relação à barriga não é só estético. Trata-se de uma preocupação do ponto de vista de saúde”, conclui a nutricionista.
Fonte: SAÚDE ABRIL