Núcleo de educação médica em Reprodução Assistida do Cetrus oferece cursos e Pós-Graduação focada no tema
Do nascimento de Louise, a primeira bebê advinda de uma fertilização in vitro (FIV) na Inglaterra, para 2021, muitas coisas mudaram em nossa sociedade. “Atualmente, a busca por serviços especializados em reprodução assistida tem aumentado consideravelmente”, explica o ginecologista e obstetra Dr. Marcelo Calvalcante, coordenador da Pós-Graduação Híbrida em Reprodução Assistida e Infertilidade Conjugal do Cetrus.
“Vários fatores contribuem para esse crescimento, entre eles a maternidade adiada por questões pessoais ou profissionais, infertilidade associada ao sobrepeso ou obesidade, casais homoafetivos que desejam ter filhos e preservação da fertilidade por questões médicas ou sociais”, enumera o especialista.
Por isso, trabalhar com reprodução humana é um mercado em expansão e especializar-se na área é estar preparado para atender a demandas de um grande número de casais.
EC: A reprodução assistida é uma área relativamente nova, certo? Por isso é importante ter contato com as pesquisas e conhecimentos produzidos fora do Brasil, em outros polos da medicina mundial?
MC: Sim. A reprodução assistida tem 43 anos (idade do primeiro bebê nascido por fertilização in vitro). Porém, ao longo das últimas décadas os avanços na medicina reprodutiva foram impressionantes. A atualização é fundamental para o especialista nesta área. Por isso, nos preocupamos em convidar estudiosos sobre o tema para ministrar as aulas de nossos alunos. Durante o ano de 2021, tivemos aa honra de ter aulas com a Dra. Kay Elder, que fez parte da equipe responsável pelo primeiro bebê de proveta do mundo. Em junho/2021, o Professor e Dr. Bruno Lunenfeld, um dos criadores das gonadotrofinas, abrilhantou a aula de abertura de um dos nossos módulos.
EC: A indução de ovulação é uma técnica relacionada diretamente a maior parte dos tratamentos da medicina reprodutiva. Quais meandros e cuidados são importantes nessas técnicas?
MC: Os tratamentos dos casais inférteis podem ser divididos em dois grupos, baixa e alta complexidade. Nos tratamentos de baixa complexidade, a rotina ultrassonográfica é realizada para acompanhar a ovulação em ciclos minimamente estimulados.
Enquanto nos procedimentos de alta complexidade, o controle ultrassonográfico é realizado em ovários hiperestimulados. É importante que o ultrassonografista conheça detalhes sobre o momento ideal para a relação sexual do casal, em casos de baixa complexidade, ou para a aspiração folicular, nos ciclos de fertilização in vitro (FIV).
Além disso, é preciso conhecer os achados ultrassonográficos que podem surgir em casos de complicações durante ou após o tratamento.
EC: Os usos do US transvaginal são diferentes para o médico que trabalha com reprodução assistida? Por que é importante fazer um curso mais focado nesses usos específicos?
MC: O especialista em reprodução assistida precisa ter treinamento específico em ultrassonografia para controle de ovulação em ciclos hiperestimulados, aspiração folicular e transferência embrionária. O ultrassonografista geral não costuma acompanhar essas pacientes.
EC: Durante o aprendizado das técnicas de reprodução assistida, qual a importância do treinamento em phantoms? Como eles ajudam a melhorar o contato do aluno com as técnicas e seu desempenho posterior no mercado de trabalho?
MC: A práticas nos phantoms são o ponto alto da pós-graduação. A aspiração folicular é o procedimento invasivo de maior risco durante uma FIV. O profissional necessita um treinamento específico para desenvolver essa habilidade. Em nossa pós, além de realizar controle de ovulação em ciclos hiperestimulados, os alunos treinam exaustivamente a aspiração folicular em nossos phantoms.
Fonte: Educa CETRUS