Em mais uma matéria na Semana do Homem, trazemos entrevista com especialista sobre as principais dúvidas e tratamentos para disfunção erétil
Popularmente conhecida como impotência sexual, a disfunção erétil consiste na dificuldade em alcançar e manter a ereção do pênis devido à quantidade insuficiente de sangue na região.
Trata-se de uma das condições que mais assustam a população masculina, o que pode comprometer o bem-estar e a qualidade de vida, porque afeta não apenas a autoestima do indivíduo, mas também o relacionamento com seus parceiros, filhos e amigos.
E ainda levar ao uso indevido de medicação após um único episódio ou até mesmo a partir de uma insegurança pessoal na “hora H”.
O distúrbio acomete cerca de 100 milhões de homens no mundo todo, dos quais 16 milhões são brasileiros com idade superior a 40 anos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Isso significa que 30% da população masculina no país enfrentam problemas na cama. Já dados da Sociedade Brasileira de Urologia mostram que problemas de ereção atingem 6 milhões de brasileiros.
Um estudo realizado pela USP (Universidade de São Paulo) indica que metade dos problemas sexuais que afetam os homens corresponde à ereção e 50% desses são adultos com mais de 40 anos, que e possuem alguma queixa.
Apesar de ser um problema corriqueiro – “quem nunca?” -, há ainda muitos mitos em torno da disfunção erétil. E um deles é a ideia de que a vasectomia causaria esse problema, o que não corresponde à verdade, segundo Emilio Sebe Filho, urologista e fundador da Lifemen, rede de clínicas que reúne serviços especializados na área de saúde sexual masculina.
Pouco popular entre o público masculino, esse método contraceptivo é feito por meio de procedimento cirúrgico interrompe o fluxo de espermatozoides produzidos pelos testículos.
Apesar de ser um dos métodos mais efetivos e seguros para quem não pretende ter filhos, muitos homens ainda resistem em realizá-lo, pois acreditam que pode interferir na produção de hormônios e no desempenho sexual.
O procedimento torna os homens estéreis, mas em nenhum momento interfere na produção de hormônios, tampouco na ereção. É apenas um método contraceptivo extremamente seguro para casais ou homens que decidem não ter filhos”, esclarece.
Dr Emílio vai mais além e garante que, em muitos homens, a realização da vasectomia pode gerar um aumento na libido, pois deixam de lado a preocupação sobre uma possível gravidez e passam a aproveitar a relação sexual de maneira mais intensa e comprometida.
Para quem ainda tem dúvidas, é importante ressaltar que a vasectomia é um procedimento simples, que leva apenas alguns minutos, não exige jejum prévio ou internação pós-operatória. “O paciente pode sentir um desconforto momentâneo nos testículos, mas nada que o impeça de seguir sua rotina normalmente”, comenta.
O médico explica, ainda, que a reversão da vasectomia é possível, mas trata-se de um procedimento complexo e delicado, que não tem eficácia garantida.
“Tempo não é limitante, mas recomendamos que a reversão seja realizada até cinco anos depois da vasectomia, para melhores chances de recuperar a capacidade fértil. Por isso, é importante que o paciente esteja seguro sobre querer filhos, principalmente se estiver em um relacionamento sério”, conclui.
Adrenalina pode afetar desempenho sexual
A adrenalina é um hormônio comumente relacionado a grandes feitos, como um pulo de paraquedas ou uma importante apresentação profissional.
O que muitas pessoas não entendem é que a liberação desse hormônio está diretamente relacionada ao stress e à ansiedade.
Ambas são sensações que estimulam a produção de cortisol e adrenalina no organismo, hormônios que, por sua vez, atrapalham a circulação sanguínea nos genitais, prejudicando a vida sexual.
Cirurgião especialista em urologia, rins, próstata e prótese, Dr Emílio afirma que a a ansiedade é um problema que atinge grande parte das pessoas sexualmente ativas.
“Os homens são constantemente cobrados por sua performance sexual e pelo tamanho de seu pênis. As mulheres, por outro lado, são pressionadas por um padrão inatingível de beleza e corpo. São todas variáveis que podem gerar bloqueios emocionais na hora do sexo”, pontua.
Mas o que isso significa na prática? O médico explica que o aumento na adrenalina pode causar disfunção erétil, ejaculação precoce, falta de lubrificação e diminuição na libido. E ressalta a importância de uma conversa honesta entre os parceiros para que seja possível investigar e mapear as causas da ansiedade.
Muitas vezes é algo externo, relacionado ao trabalho, por exemplo. É uma excelente oportunidade para os parceiros se ajudarem e ficarem ainda mais próximos”, orienta.
Se o motivo estiver diretamente relacionado ao parceiro, é essencial que essa conversa gere bons frutos, como mudanças na rotina, maior cuidado com os sentimentos do outro e desenvolvimento da intimidade e confiança.
“A terapia sexual também é aconselhável, pois em muitos casos, quando o problema está relacionado à performance de um dos parceiros, é muito difícil entrar nesse assunto sem um profissional mediador”, conclui o especialista.
Urologista alerta sobre uso de remédio para impotência
Segundo o especialista, a automedicação não é indicada pela comunidade médica, pois o uso indiscriminado de qualquer remédio pode levar a quadros de intoxicação e desregulação do organismo. Os medicamentos para impotência sexual, por sua vez, são ainda mais delicados, pois geram vasodilatação a fim de aumentar o fluxo sanguíneo do pênis.
Um medicamento vasodilatador pode gerar queda de pressão, tontura, alterações visuais, desmaio e até mesmo infarto. O uso associado com outras drogas também pode levar a complicações graves, além de ser possível gerar dependência emocional e química das substâncias”, pontua o especialista.
Dr. Emilio ressalta ainda que a disfunção erétil pode ser resolvida com outras abordagens, como a terapia de ondas. “A Terapia de Ondas apresenta resultados eficientes e sem efeitos secundários ou necessidade de recuperação. O procedimento é indolor, não invasivo e traz resultados duradouros”, explica.
A impotência sexual também pode estar relacionada a fatores emocionais, que podem ser trabalhados com acompanhamento psicológico em sessões de terapia sexual, por exemplo.
Terapia de ondas é opção para tratar o distúrbio
Uma novidade no tratamento desse problema é a Terapia de Ondas. O procedimento funciona através de uma onda acústica que aumenta a circulação sanguínea local, promovendo processos de neovascularização e reparação do tecido.
A Terapia de Ondas apresenta resultados eficientes e sem efeitos secundários ou necessidade de recuperação. O procedimento é indolor, não invasivo e traz resultados duradouros”, explica Dr. Emilio Sebe Filho.
Cada sessão tem duração de 8 a 12 minutos, e é realizada com o paciente deitado, em um ambiente confortável, enquanto o médico administra as ondas de choque. A terapia é considerada segura, e não provoca efeitos colaterais indesejados ao indivíduo.
“O número de aplicações depende do paciente, condição clínica e física, e também da idade. Os primeiros resultados são sentidos após 4 seções e é recomendada uma visita médica de pelo menos, duas vezes por semana, para acompanhar o processo de tratamento”, explica o urologista.
O médico ressalta que “o tratamento é individual, depende de cada pessoa e seu estilo de vida, e só pode ser feito após a análise de um médico”.
Texto originalmente publicado em Vida e Ação