Compare sete métodos, incluindo aparelho elétrico, vaso de planta e toalha úmida
Tosse seca, chiado no peito, olhos irritados, dificuldade para respirar e piora de alergias entre quem já sofre com o problema rotineiramente. Esses são os sintomas mais comuns decorrentes da baixa umidade do ar, situação agravada em cidades muito poluídas. “Crianças e idosos, que têm o aparelho respiratório mais sensível e reagem mais devagar às mudanças no clima, sofrem mais e acabam indo parar nos prontos-socorros”, afirma a pneumologista Sandra Aparecida Ribeiro, do Hospital São Luís.
Quando a umidade está entre 20 e 30%, surge o estado de atenção; entre 12 e 20%, estado de alerta e abaixo de 12%, surge o estado de emergência. “Quem sofre com problemas respiratórios deve ficar atento a esta variação, aumentando os cuidados conforme a umidade diminui”, afirma a médica. Outra medida importante nesses dias é hidratar o corpo. “Perdemos água na respiração e na transpiração”, explica Valéria Martins, diretora da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT). “Precisamos beber água o dia inteiro, além de lavar as vias respiratórias com soro fisiológico pela manhã e à noite”.
Enquanto a chuva não vem para resolver de vez a secura, o uso de aparelhos umidificadores ou de métodos caseiros, como espalhar bacias de água pela casa, é a alternativa ideal em favor da saúde. Compare as soluções e escolha a melhor delas para a sua família.
Umidificador a vapor
Prós: O sistema é simples. Basta colocar água no recipiente plástico até a medida indicada, encaixar o aparelho responsável por aquecer a água e ligar na tomada. Em poucos minutos já é possível observar gotículas nas paredes internas do equipamento e o vapor saindo dele. Além disso, não há necessidade de manutenção em curto prazo e o reservatório de água dispensa a reposição durante uma noite de sono, por exemplo.
Contras: “Como o aparelho funciona por meio do aquecimento da água, ele acaba aumentando a temperatura do ambiente”, aponta Valéria Martins. Este, entretanto, é o menor de seus problemas. A grande preocupação dos pneumologistas surge quando o ambiente fica úmido demais, proliferando o mofo – grande inimigo de quem sofre de problemas respiratórios. Outra característica que atenta contra o seu uso é o gasto de energia elétrica e o perigo de queimaduras, principalmente em locais com crianças.
Bacia de água
Prós: Um dos métodos caseiros mais conhecidos, a famosa bacia de água tem algumas vantagens em relação a aparelhos mais sofisticados. “Ela não gasta energia e dispensa preparação ou gasto inicial”, aponta a pneumologista Valéria.
Contras: Por outro lado, a bacia de água é menos eficaz, dependendo demais da temperatura externa para funcionar. Se estiver muito frio, por exemplo, e o ar estiver seco, a evaporação da água é lenta e menor do que a necessária para umidificar o ambiente.
Umidificador ultrassônico
Prós: Este é um dos umidificadores de tecnologia mais avançada e também um dos mais silenciosos. Por meio de frequências ultrassônicas, ele cria uma névoa de água bastante fina que combate a secura do ar, explica Valéria. A grande vantagem do equipamento é o menor risco de criar gotículas de água nas paredes e nos móveis, dificultando a formação de bolor.
Contras: Caso o aparelho não inclua um monitor que o desligará quando a umidade relativa do ar desejada for alcançada, o perigo de criar um ambiente excessivamente úmido permanece. Portanto, a especialista Valéria recomenda que o umidificador seja ligado de três a quatro horas antes do sono. Após este período, desligue. Além disso, como a água fica parada, o recipiente torna-se favorável à proliferação de bactérias. Por isso, troque o líquido regularmente.
Toalha molhada
Prós: Por ter uma superfície de maior contato com o ar, a toalha molhada é, a princípio, mais eficaz do que a bacia de água e, assim como ela, também não precisa de supervisão. Outra vantagem é a praticidade, uma vez que já estamos colaborando com a umidade do ar simplesmente pendurando uma toalha usada após um banho, lembra a pneumologista Sandra.
Contras: Um dos problemas da toalha molhada é o mesmo da bacia com água: a evaporação da água fica à mercê da temperatura ambiente. Já um ponto negativo em comparação a este outro método caseiro é o fato de ela poder secar rapidamente durante a noite, necessitando de reposição nas demais horas.
Umidificador impulsor
Prós: Um disco em rotação lança água em um difusor em forma de pente, transformando o líquido em gotinhas que flutuam no ar. Assim funciona o umidificador impulsor. É como se uma neblina saísse do equipamento. O ponto forte desse aparelho é a rapidez.
Contras:Esse é o umidificador mais propício a deixar o ambiente excessivamente úmido. “Se não for controlado, pode originar gotas nos móveis e nas paredes, além de tornar almofadas e bichos de pelúcia focos de mofo”, alerta Valéria. Outro problema se dá em relação às propriedades da água, que ficam mais evidentes neste aparelho. Se ela for rica em minerais, as gotículas poderão deixar algum pigmento ao entrar em contato com objetos do ambiente, formando uma capa de poeira após a evaporação da água. Se isso acontecer, abasteça o recipiente com soro fisiológico.
Sistema de pavio/ evaporativo
Prós: O sistema de pavio utiliza uma estrutura semelhante a um papel, que é umedecido por água e vai secar graças às rotações de um ventilador. A água evapora quando a umidade do ar está baixa e ameniza a secura.
Contras: A reposição de água do reservatório e o gasto de energia elétrica são dois pontos negativos em relação ao aparelho. Recomenda-se, ainda, verificar na embalagem se a capacidade do equipamento adquirido é compatível com o tamanho do ambiente. Caso isso não seja informado, o ideal é ter por perto um medidor de umidade relativa do ar, que muitas vezes vem acoplado a relógios digitais de parede.
Plantas no quarto
Prós: Cultivar plantas pela casa é uma maneira natural de umedecer o ambiente, porque parte da água acumulada nos pratos e na terra evapora. O processo não exige mais trabalho do que você já tinha, não precisa de qualquer controle e não tem qualquer custo.
Contras: Um ponto negativo é que a água da terra e da vasilha nem sempre evapora na quantidade necessária para que o ar não fique tão seco. Quanto ao mito de que não se deve dormir com plantas no quarto, fique tranquilo. A quantidade de oxigênio que ela consome é infinitamente menor a de uma pessoa que, eventualmente, divida o quarto com você.
Fonte: Minha Vida