O Uruguai barrou a entrada do presidente Jair Bolsonaro, que tinha uma visita oficial ao mandatário uruguaio Luis Lacalle Pou. Um dos motivos seria o negacionismo do brasileiro enquanto os uruguaios levam a sério a campanha de enfrentamento da Covid-19.
Para consumo público, o Palácio do Planalto e o governo uruguaio comunicaram que a visita prevista para o dia 13 de janeiro foi suspensa em virtude da pandemia da covid-19. O encontro estava previsto para a cidade de Colônia de Sacramento.
O Uruguai tem uma das menores taxas de infecção pelo coronavírus na região. Entretanto, em dezembro o país tomou uma série de medidas, entre elas o fechamento de fronteiras, para conter o que foi chamado de “aumento exponencial” de casos.
Por outro lado, Bolsonaro está na seca. Desde março de 2020, início da pandemia, o presidente brasileiro não realiza viagens internacionais. As duas últimas viagens foram para o Uruguai, na posse de Lacalle, e aos Estados Unidos, quando 20 integrantes da comitiva presidencial brasileira foram infectados pela covid-19.
Os uruguaios conhecendo a fama de “Mick Jagger” de Bolsonaro preferiram não dar sorte ao azar. Los hermanos temem serem infectados pela comitiva brasileira.
Bolsonaro tem feito campanha contra as vacinas e estimulado aglomerações sem uso de máscara. Os uruguaios, por sua vez, têm os menores índices de covid justamente porque praticam o distanciamento e se protegem das diabólicas gotículas.
A presença de Bolsonaro em solo uruguaio poderia parecer um estímulo ao negacionismo, portanto.
Resumo da ópera: os uruguaios consideraram Bolsonaro um perigo para segurança nacional, por isso suspenderam a visita do mandatário brasileiro.