Na mesma semana em que o Brasil ficou sabendo do assassinato de Emanuelly Aghata, a menina de 5 anos morta pelos próprios pais, um crime com crueldade equivalente foi registrado na última terça-feira (6).
O crime aconteceu na cidade de Santo Antônio do Descoberto (GO). Segundo o delegado encarregado, Pablo Santos Batista, o motivo do assassinato seria a recusa e o choro da criança por ser obrigada a dormir na sala.
Pablo detalha que os conflitos começaram com o choro de Henzo, que não queria dormir na sala. Mãe e padrasto, então, o levaram para o quarto, onde o agrediram.
“Eles o teriam enrolado no cobertor, chutado e pisado na criança. Às 5h, o avô da criança foi beber água e decidiu olhar o menino. Viu que ele não se mexia nem respirava e chamou o casal. Quando a mãe chegou ao hospital, a criança estava morta. O padrasto confessou e entregou a mãe. O avô disse que, às vezes, eles eram agressivos na hora de corrigir a criança”, relatou o delegado.
O casal morava com o filho na casa do pai de Wesley.
Versões conflitantes
Os acusados responderão por homicídio qualificado (motivo torpe), e podem pegar até 30 anos de prisão — até então, não tinham passagem pela polícia. Em entrevistas para a mídia, o casal apresentou versões conflitantes.
Wesley disse que Luana teria matado o menino. “Eu perguntei se era por causa da nossa relação que ela batia demais na criança. Toda vez que ela ia dormir, enrolava a criança todinha e, tipo assim, o menino sufocado (sic). O policial falou que ele (Henzo) tinha fratura, roxo na cara. Isso foi ela que deve ter batido nele. Eu bati nele de cipó. Foi só uma vez. Para ele ir para o quarto. Ele era obediente. Quando eu batia, ele obedecia. Ela não bateu nele. Ela o matou”, acusa.
Em entrevista, Luana culpou Wesley: “Eu não matei o meu filho. Foi o meu esposo que o agrediu. Ele que maltratou o meu filho. Tem pouco tempo que estamos juntos. Um mês. Acordei hoje de manhã, quando fui olhar o meu filho, ele estava lá morto. Peguei o meu filho e fui para o hospital. Eu estou presa, mas é por culpa dele. Ele destruiu a minha vida. Eu nunca passei por isso”.
Familiares do pai
Jéssica Maria Nascimento de Almeida, 24 anos, irmã do pai de Henzo, desabafou após saber da morte do sobrinho: “Se ela não queria a criança, por que não deixou que a minha mãe [a avó paterna] cuidasse?”.
Com a voz embargada, Jéssica contou que a avó e outra tia de Henzo foram hospitalizadas após a morte do menino. Inconsolável, o pai de Henzo não quis dar entrevistas.
“O meu irmão está sem reação. Não conseguimos entender o que aconteceu. Henzo não tinha culpa de nada”, lamentou Jéssica. Enterro e Justiça
Familiares velaram o corpo de Henzo Gabriel na quarta-feira (7). “Para mim, ele era meu filho. Nunca o tive como neto. Eu quero justiça. Eles arrancaram o meu filho de mim. Mataram-no como se fosse um qualquer, mas era um bebê de 2 anos, inocente, uma criança doce”, desabafou a avó paterna de Henzo.
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