Drone abatido por policiais militares na madrugada deste domingo (14), próximo a Penitenciária Estadual da Dourados (PED), custa em torno de R$ 20 mil. Para a polícia, a mini aeronave não tripulável estava sendo usada para entrega de drogas e outros objetos ilícios no presídio, que está superlotado, com 2.400 detentos onde cabem 718.
Conforme a Polícia Militar, policiais da companhia de guarda escolta faziam a vigilância da parte externa do penitenciária, quando escutaram barulho estranho e observaram o drone fazendo manobras para superar as muralhas. Os policiais, então, dispararam tiros, acertando um dos oito “braços” dos dispositivo que tem aproximadamente 95 centímetros.
O aparelho modelo DJI S1000 caiu na rodovia, BR-163, que fica ao lado da penitenciária, e foi recolhido pelos militares. De acordo com a polícia, é provável que o operador do drone estivesse em uma caminhonete flagrada estacionada no anel viário que dá acesso à PED. O ocupante do veículo conseguiu fugir após recuperar objetos que estavam amarrados na aeronave e se espalharam com os tiros.
O drone, contudo, foi apreendido e levado à delegacia da cidade. O caso é investigado e ninguém foi preso até a publicação desta reportagem. Conforme sites especializados, o modelo em questão foi criado especialmente para profissionais de alto nível de fotografia e cinegrafia. O peso leve possibilita um maior tempo de voo, além disso, ele é portátil e fácil de usar, o que limita o tempo de pré-voo.
HÁ UM ANO
O uso de drone como forma de levar objetos para dentro dos presídios tem aumentado em todo o país. Desde o ínicio passado, uma portaria da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) autoriza a Polícia Militar a abater aeronaves e aparelhos que se aproximarem dos presídios de Mato Grosso do Sul, sem prévia autorização.
A medida foi tomada justamente depois que um drone, possivelmente levando armas, pousou no pátio do mesmo presídio em Dourados. A situação ocorreu no dia três de janeiro de 2017 e causou um motim entre os presos. Temendo um possível ataque do Primeiro Comando da Capital (PCC), dezenas de presos do pavilhão 1, onde ficam aliados do Comando Vermelho (CV), quebraram as grades de 60 celas e se reuniram no pátio da penitenciária. O pavilhão 2, para onde teria sido levada a carga do drone, abriga filiados ao PCC.
De acordo com a Agência Estadual de Administração Penitenciária (Agepen), os presos estavam exaltados em razão do massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus (AM), que resultou na morte de 56 detentos. No dia seguinte a situação, homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar entraram no presídio e fizeram uma varredura. Foram apreendidos apenas celulares e outros objetos, mas nenhuma arma de fogo.
correio do estado