Além da expansão, isolamento da alta cúpula estabeleceu nova estrutura de liderança dentro da maior facção criminosa do Brasil
A Operação Echelon, investigação do Ministério Público de São Paulo que indiciou 75 membros do PCC (Primeiro Comando da Capital), revelou uma nova hierarquia dentro da maior facção criminosa do país: a “Sintonia Final dos Estados” ascendeu.
Com sete membros liderados por Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, a “Sintonia Geral Final”, como é chamada a alta cúpula da facção, está estabelecida desde 2006.
No entanto, com cinco integrantes presos em isolamento na Penitenciária de Presidente Venceslau 2 (a 613km de São Paulo) e outros três mortos em atentados recentes, o PCC precisou estabelecer um novo comando interino.
O relatório feito pelo MP-SP (Ministério Público de São Paulo) ao qual o R7 teve acesso mostra que os dois principais integrantes da Sintonia Final dos Estados — célula responsável por administrar o tráfico de drogas fora de São Paulo — passaram a ter funções dentro da Sintonia Final.
Claudio Barbará Silva, conhecido como Barbará, e Célio Marcelo da Silva, o Bin Laden, também estão presos no pavilhão 1 de Presidente Venceslau, porém com menos restrições que os antigos líderes. De acordo com o promotor Lincoln Gakya, Barbará exerce função relevante na organização criminosa, sobretudo por contar com elevado poder de decisão, em patamar superior aos demais integrantes.
Já Bin Laden é apontado como líder nas decisões de 13 diferentes estados, dando a palavra final para temas importantes dentro da facção — como distribuição de armas, pagamentos, homicídio de rivais e expansão das operações para os presídios femininos.
As decisões da nova liderança, no entanto, atendem aos interesses da “Sintonia Geral Final”, conforme aponta a denúncia apresentada pelo MP-SP. “As decisões externas aos Presídios Paulistas, em especial à Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, são tomadas por pessoas com subordinação direta à Sintonia Final da organização”, diz o documento.
Entenda a mudança de estrutura no Primeiro Comandano da Capital: