José Eduardo gasta R$ 8 mil por mês para cuidar de Felipe.
Por algum tempo ganhou uma pensão, mas perdeu recentemente um processo que corria há 11 anos na Justiça e agora terá que arcar sozinho com todas as despesas
A vida de José Eduardo Fernandes da Silva mudou por completo há 11 anos, mais precisamente no dia 9 de agosto de 2011. Sua esposa, Raquel Oliveira, estava grávida de Felipe Oliveira Fernandes e começou a passar mal, apresentando sangramento e perda do líquido amniótico.
Ele correu com ela para a maternidade, mas houve demora no atendimento e para a realização do parto. Uma negligência que acabou custando a vida de Raquel e causou impactos irreversíveis em Felipe, que nasceu com paralisia cerebral.
“Fizeram tudo errado. Meu filho nasceu e ficou quase dois meses na UTI. E cinco dias depois do parto minha esposa faleceu. De lá para cá fiquei só eu cuidando dele, fui pai e mãe. Foram cinco anos cuidando dele sozinho e seis anos atrás casei de novo, mas é uma batalha”, conta José Eduardo, relatando ainda que o cognitivo do filho é bem prejudicado e que a parte motora é 100% prejudicada.
“Ele não anda, não fala, não consegue mostrar onde dói. Ele teve 1% de melhora [com os tratamentos], mas ele precisa de fisioterapia respiratória, principalmente, para não ter pneumonia. É o básico para ele”, diz.
Até pouco tempo atrás a família contava com uma pensão, paga pela maternidade, para custear o tratamento do filho. A indenização havia sido obtida através de uma tutela antecipada, concedida no âmbito de um processo que já tramita há 11 anos na justiça paranaense.
Na semana passada, contudo, veio a decisão de primeira instância e o pleito por uma pensão vitalícia foi indeferido. Com isso, já a partir deste mês a família deixa de receber a pensão, que ajudava a custear as despesas para o tratamento e cuidado de Felipe, que giram em torno de R$ 8 mil por mês.
“[A pensão] Ajudava com fralda, gaze, materiais hospitalares, fisioterapia, cuidadora, várias despesas que temos e que custeávamos com a pensão”, explica José Eduardo, comentando ainda que recorrerá da sentença de primeiro grau, mas que sua advogada já o avisou que será difícil reverter a situação.
“É bem provável, inclusive, que a maternidade peça a devolução da pensão que meu filho recebeu, mas a advogada vai lutar para que isso não seja preciso. Contudo, dificilmente conseguiremos a pensão. É uma pena… Demorou tanto tempo, 11 anos, para ter uma decisão desfavorável.”
Com a decisão judicial desfavorável, José Eduardo conta que chegou a bater um desespero. Na semana passada, na última sexta-feira, a família receberia a pensão, mas com a decisão judicial já deixou de receber o montante. “
Estou procurando não ficar pensando nisso o tempo todo. A gente fica nervoso, mas estou tentando olhar pra frente, batalhando para que ele [Felipe] tenha o que precisa”.
E a solução encontrada pelo pai foi fortalecer as Rifas do Bem, uma iniciativa que ele promove há quatro anos sorteando carros antigos e outros produtos. Até então, a iniciativa servia como uma renda extra para a família e ele também ajudava outras crianças na mesma situação de seu filho, mas em condição financeira mais complicada. Agora, quer usar as rifas e convidar mais gente para participar com o intuito de ter condições de arcar com o tratamento e cuidado de Felipe.
“Cada rifa que faço consigo R$ 8 mil, mas como os carros estão caros e não conseguimos rifar com tanta velocidade, as vezes leva dois meses [para fazer uma rifa]. Para pagar tudo que meu filho precisa, preciso fazer uma rifa por mês”, explica José Eduardo, que neste momento está rifando uma Kombi 1994 e um Fusca 1977.
SERVIÇO
Rifas do Bem Amigos do Felipe
O que é:
Rifas promovidas pelo José Eduardo, pai do Felipe, uma criança que tem paralisia cerebral. Com o dinheiro arrecadado ele custeia o tratamento e cuidado do filho, cujas despesas giram em torno de R$ 8 mil por mês.
Basta acessar o site rifasdobem.com.br e conferir quais as rifas ativas no momento, selecionando e reservando o número que deseja utilizar para concorrer ao prêmio. No site também é possível conferir os sorteios anteriores (e seus vencedores), conhecer mais sobre a história de Felipe e verificar a prestação de contas feitas por José Eduardo.
No momento há quatro rifas ativas, uma delas já se encerrando (a de um Fuscão 72, com bilhetes sendo vendidos a R$ 40) . Há ainda a rifa do Fusca 77, que conta com apenas 200 números e, por isso, está com os bilhetes sendo vendidos a R$ 178. Há ainda a rifa da Kombi, com 1.000 números e que metade deles já foram vendidos (a R$ 79) a rifa de uma TV de 40 polegadas, com bilhetes a R$ 4,99
Acesse Rifas do Bem