Tanto pacientes com HIV/Aids quanto aqueles com tuberculose são atendidos exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde no Brasil.
Pacientes portadores com HIV/Aids apresentam quase 30 vezes mais chances de desenvolver ou reativar a tuberculose quando comparado a outras que não possuem o vírus da imunodeficiência, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A entidade passou recentemente a recomendar a busca sistemática de casos em que a tuberculose ainda não manifestou sintomas, em todos os pacientes vivendo com o HIV.
No Brasil, o índice de coinfecção tuberculose – HIV é de quase 10%, conforme dados do Ministério da Saúde. Quase um milhão de pessoas convivem com a doença no país, número que acende o alerta para o risco de outras enfermidades como a tuberculose, principal causa de óbito dos portadores de HIV. Altamente contagiosa, a tuberculose é uma enfermidade infecciosa que em estágios iniciais pode apresentar uma fase latente, ou seja, sem sintomas.
Aumento de DSTs
Especialistas da área de saúde pública têm observado o aumento do número de doenças sexualmente transmissíveis depois das festas de fim de ano e do carnaval associado à redução do uso de preservativos.
O principal foco das campanhas anuais realizadas pelo Ministério da Saúde nesta época do ano costuma ser a prevenção de HIV/Aids. Mas especialistas alertam para o risco de propagação de outras enfermidades, como HPV, herpes genital, gonorreia, hepatite B e C, sífilis e, claro, tuberculose.
“As campanhas devem educar e conscientizar desde a adolescência, quanto a fisiologia, anatomia e abordagens sexuais e sexualidade, apresentando riscos para a saúde devido a alta exposição de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), patologias crônicas e tratamentos específicos. Deve-se utilizar tecnologias para o monitoramento de pessoas contaminadas, com ampla divulgação de prevenção”, afirmou o gerente do Controle de Infecções Hospitalares do HSANP, o infectologista Milton Alves Monteiro Junior, em entrevista ao Portal de Notícias da PEBMED.
SUS disponibiliza exame para identificar tuberculose infecção indicado pela OMS
Uma boa notícia é que recentemente o Sistema Único de Saúde (SUS) passou a disponibilizar um exame inovador aos portadores da imunodeficiência, conhecido como teste IGRA (ou ensaio de liberação Interferon-gama), um dos mais precisos para identificar a tuberculose infecção (ILTB), analisados e indicados, inclusive, pela OMS.
Atualmente, o teste é indicado principalmente para indivíduos que compõem o chamado grupo de risco da tuberculose, como portadores de HIV positivo, pessoas que recebem tratamento anti-TNF-alfa (medicamentos que impedem a circulação do TNF-Alfa, uma proteína que quando produzida de forma desregulada pode agravar algumas doenças auto-imunes) ou imunossupressores.
Segundo o gerente de marketing regional LATAM para Diagnósticos Moleculares da QIAGEN, Raphael Oliveira, trata-se de um exame simples e rápido, realizado com uma pequena amostra de sangue e requer apenas uma visita ao médico.
“Este teste é muito menos afetado pelo imunocomprometimento do paciente em comparação ao teste tuberculínico e apresenta resultado seguro, com a precisão de testes laboratoriais. Para os grupos de risco como os portadores de HIV, um diagnóstico breve e correto pode ajudar a salvar muitas vidas”, esclareceu o executivo da multinacional alemã, que desenvolveu o QuantiFERON-TB Gold Plus, exame de referência mais utilizado no mundo e agora disponível no sistema público de saúde brasileiro.
Adquirida pelo ar, por bactérias espalhadas durante um espirro, tosse ou fala, a tuberculose é uma enfermidade séria e requer acompanhamento médico rigoroso. Passada a fase latente, o paciente pode apresentar sintomas como tosse crônica, febre, perda inexplicada de peso e, quando grave, sudorese noturna.
Texto publicado originalmente em: Portal PEBMED