No terceiro filme da comédia Minha Mãe É uma Peça, em cartaz nos cinemas, a personagem Marcelina (Mariana Xavier) descobre que está grávida. Em uma das cenas, que pode ser vista no trailer, Dona Hermínia (Paulo Gustavo) acompanha a filha na realização de uma ultrassonografia. Durante o exame, Marcelina questiona a médica sobre a possibilidade de fazer um parto ecológico e mãe reage mal.
“Que ecológico, Marcelina, se você não é ecológica? Eu, hein? Fica horas no banho. Se bobear tem rio aí que secou por causa de Marcelina, doutora”. No filme, a profissional de saúde explica que este é outro nome dado ao parto humanizado.
De onde vem o termo? Sabrina Seibert é enfermeira obstétrica e uma das fundadoras da Equipe Parto Ecológico, que oferece serviços particulares para gestantes e funciona no Rio de Janeiro. Ela explica que o adjetivo “ecológico” não categoriza um tipo específico de parto, mas é usado por grupos ligados ao parto humanizado — que tem como base o protagonismo feminino durante o processo.
“Evitamos as cesáreas programadas, cortes e outras intervenções desnecessárias, respeitando o corpo e as necessidades das mulheres”. “No caso da nossa equipe, o nome foi escolhido porque consideramos que o ambiente em torno da mulher interfere de forma direta no nascimento da criança”. Ela relembra que a nomenclatura surgiu durante o Congresso Internacional Ecologia do Parto – Uma Celebração de Vida, que aconteceu no Rio de Janeiro em 2002, com participação do médico francês Michel Odent.
Ervas, aromaterapia e fraldas de pano Apesar de não configurar um tipo específico de parto, Sabrina garante que é possível pensar em questões ecológicas durante a gestação e no início da maternidade. “Incentivamos a diminuição do uso de produtos feitos de plástico. Só oferecemos copos de papel e usamos canudos de metal. Para as mães, recomendamos o uso de fraldas de pano, que não são tão nocivas ao meio ambiente”.
“Já durante a gravidez, usamos elementos da natureza, como a aromaterapia, para ajudar no equilíbrio emocional e na produção do leite. Sempre optamos pelo uso de ervas que já tenham sido testadas e cujo benefício tenha sido comprovado cientificamente para as gestantes”, diz.
UOL/ UNIVERSA