Falta de vitamina D pode gerar problemas nos ossos e no sistema cardiovascular; entenda os sintomas, como diagnosticá-la e os possíveis tratamentos
Segundo o American Journal of Clinical Nutrition, existem mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo que são com deficiência ou insuficientes em vitamina D. Esse é um nutriente que é considerado um hormônio, pois o nosso corpo a produz.
A falta de vitamina D no organismo pode se tornar uma preocupação das pessoas ao fazer exame de sangue — afinal, a presença desse nutriente é fundamental para ter a saúde em dia. Mas o que faz ela ser tão importante?
A seguir, tire essa dúvida e entenda também quais são os sintomas, causadas, diagnósticos desse problema, além de descobrir alimentos ricos nela.
A importância da vitamina D para o organismo
A vitamina D é essencial para o organismo, pois desempenha uma série de funções importantes. Algumas das principais funções incluem:
auxilia na absorção de cálcio: é importante para a absorção adequada de cálcio no intestino. Sem a vitamina D suficiente, o corpo não pode absorver o cálcio dos alimentos de forma adequada, o que pode levar a problemas como osteoporose e fraturas ósseas;
- promove a saúde óssea: naturalmente, é essencial para manter a saúde dos ossos. Ela ajuda a aumentar a densidade óssea e reduzir o risco de osteoporose, especialmente em idosos;
- fortalece o sistema imunológico: também é importante para o sistema imunológico, pois é uma vitamina que ajuda a fortalecer as defesas naturais do corpo contra doenças e infecções;
- ajuda na saúde cardiovascular: pode desempenhar um papel na saúde cardiovascular, ajudando a reduzir o risco de doenças cardíacas e derrames;
- aumenta o desenvolvimento cerebral: estimula o crescimento neural e modulador do cérebro, o que ajuda a regular funções cerebrais.
Considerando isso, a falta de vitamina D no organismo gera problemas como osteoporose e fraturas ósseas, atraso no crescimento em crianças, maior risco de quedas em idosos, maior chance de doenças cardiovasculares e autoimunes, entre outros problemas.
O que a falta de vitamina D faz? Veja sintomas
No geral, os sintomas costumam ser bastante individuais. O que a falta de vitamina D pode causar, portanto, pode ser:
- Fraqueza muscular e fadiga;
- Dor nos ossos e nas articulações;
- Mudanças de humor, incluindo depressão;
- Diminuição da densidade óssea;
- Aumento da sonolência;
- Recorrência de infecções respiratórias;
- Diminuição da imunidade e aumento do risco de infecções;
- Problemas de crescimento em crianças;
- Diminuição da função cognitiva em idosos.
Quais são as causas da ausência de vitamina D?
Segundo especialistas consultados pela CNN, a principal causa da falta de vitamina D no organismo é a falta de sol. Isso porque ele é a principal fonte da vitamina.
Logo, as pessoas que têm pouco contato com o sol, como idosos, pessoas que trabalham em ambientes fechados ou que usam roupas que cobrem grande parte do corpo, têm maior risco de carência de vitamina D.
No vídeo abaixo, o neurocirurgião Fernando Gomes explicou os benefícios da luz solar para o sistema imunológico dos seres humanos.
No entanto, essa não é necessariamente a única causa. Outros motivos também podem ser:
- alimentação pobre em vitamina D: embora seja possível obter vitamina D através da alimentação, muitos alimentos não são fontes significativas da vitamina, o que pode levar a deficiência em pessoas que têm uma alimentação pouco variada;
- problemas de absorção intestinal: algumas condições médicas, como doenças inflamatórias intestinais, doença celíaca e cirurgias bariátricas, podem afetar a absorção de nutrientes pelo intestino, incluindo a vitamina;
- doenças renais: pacientes com doenças renais podem ter dificuldade em converter a vitamina em sua forma ativa, o que pode levar a ausência de vitamina D;
- uso de medicamentos: alguns medicamentos, como anticonvulsivantes e corticosteroides, podem interferir na absorção e no metabolismo da vitamina D, o que também pode levar a deficiência.
Quem pode sofrer com a carência de vitamina D?
Quem não toma sol pode ser o que gera a falta de vitamina D, segundo especialistas. Em geral, qualquer pessoa pode sofrer com a carência, mas algumas pessoas têm maior risco de desenvolver deficiência, incluindo:
- idosos: com o envelhecimento, a capacidade da pele de produzir o nutriente diminui, e muitos idosos têm pouco contato com o sol e uma alimentação menos variada, o que aumenta o risco de ausência de vitamina D;
- pessoas obesas: isso ocorre porque a vitamina D é solúvel em gordura e pode ficar armazenada no tecido adiposo, o que pode reduzir a quantidade de vitamina D disponível para o restante do corpo;
- crianças e adolescentes: uma alimentação pouco variada e a falta de exposição solar podem levar a deficiência de vitamina D em crianças e adolescentes, o que pode afetar o crescimento e o desenvolvimento ósseo;
- gestantes e lactantes: a deficiência de vitamina D durante a gestação pode aumentar o risco de complicações, como pré-eclâmpsia, diabetes gestacional e parto prematuro, além também de mulheres que estão lactantes;
- pessoas com doenças renais: pacientes com doenças renais podem ter dificuldade em converter a vitamina D em sua forma ativa, o que pode levar a falta de vitamina D no organismo;
- pessoas com doenças inflamatórias intestinais: doenças como a doença de Crohn e a colite ulcerativa podem interferir na absorção de nutrientes pelo intestino, incluindo a vitamina D.
Como diagnosticar a falta de vitamina D no organismo?
O diagnóstico da falta de vitamina D pode ser feito por meio de um exame de sangue que mede os níveis de 25-hidroxi-vitamina D, que é a forma de vitamina D circulante no sangue e o principal indicador do status da vitamina D no organismo.
O exame pode ser solicitado por um médico, geralmente um endocrinologista ou um clínico geral, e é importante que a coleta de sangue seja realizada de forma adequada e que o resultado seja interpretado corretamente pelo profissional de saúde.
A melhor solução sempre é fazer um exame com o médico, pois ele pode avaliar o histórico médico e o estilo de vida do paciente, além de identificar possíveis fatores de risco para deficiência de vitamina D e prescrever a suplementação da vitamina, se necessário.
O uso indiscriminado de suplementos de vitamina D pode ser prejudicial à saúde e, portanto, é importante que a suplementação seja feita sob orientação médica.
Qual é a quantidade ideal de vitamina D no organismo?
A quantidade ideal de vitamina D no organismo é objeto de debate entre os especialistas em saúde.
Parte dos especialistas concorda que o nível de vitamina D circulante no sangue deve ser mantido acima de 20 ng/mL para garantir uma saúde óssea adequada e reduzir o risco de doenças crônicas.
Para grupos com forte tendência a ter mais facilmente uma falta de vitamina D no organismo, pode ser indicado níveis como 30 a 60 ng/ml.
A vitamina D é lipossolúvel, assim como as vitaminas A, E e K. Isso quer dizer que ela se dissolve em gordura e, por isso, quando ingerida com alguma gordura, ela é mais bem absorvida.
Como é feito o tratamento para a falta de vitamina D?
Os possíveis tratamentos para a falta de vitamina D podem envolver tanto a alimentação quanto a suplementação, dependendo do nível de deficiência e da orientação médica. Vale dizer que não é indicado fazê-lo sem um acompanhamento de um profissional adequado.
Alimentação
Em relação à alimentação, é importante incluir fontes de vitamina D na dieta, como peixes gordurosos (salmão, sardinha, atum), ovos, cogumelos, leite e seus derivados fortificados com vitamina D.
No entanto, a quantidade de vitamina D obtida pela alimentação é geralmente insuficiente para atingir os níveis adequados no organismo, especialmente em pessoas com deficiência grave ou em risco de deficiência.
Suplementação
A suplementação de vitamina D é geralmente prescrita pelo médico para atingir níveis adequados de vitamina D no organismo. A dose e duração da suplementação variam de acordo com a gravidade da deficiência, a idade, a condição de saúde e outros fatores individuais.
A suplementação de vitamina D pode ser feita por via oral ou por injeção intramuscular, dependendo da orientação médica.
É importante lembrar que o uso indiscriminado de suplementos de vitamina D pode ser prejudicial à saúde, especialmente em doses excessivas, que podem levar à hipervitaminose D.
Por isso, mais uma vez, vale lembrar que a suplementação de vitamina D deve ser feita sob orientação médica e com monitoramento regular dos níveis sanguíneos de vitamina D.
Alimentos ricos em vitamina D para incluir na sua dieta
A vitamina D é encontrada em poucos alimentos naturalmente, mas pode ser adicionada em alimentos processados, como leite e cereais.
Aqui estão alguns exemplos de alimentos ricos em vitamina D que podem ser incluídos em sua dieta:
- Salmão;
- Fígado de boi;
- Gema de ovos;
- Leite e derivados fortificados;
- Cogumelos;
- Cereais fortificados;
- Óleos de fígado de peixe, como de atum e bacalhau;
- Peixes gordurosos como a sardinha, cavala e o atum.
A exposição ao sol ajuda a melhorar a carência de vitamina D?
Sim, a exposição solar pode ajudar a melhorar a carência de vitamina D, pois a luz solar é uma importante fonte de vitamina D para o organismo. Quando a pele é exposta à luz solar, o corpo produz vitamina D3 a partir do colesterol presente na pele.
No entanto, a quantidade de vitamina D produzida pela exposição ao sol depende de vários fatores, como a hora do dia, a estação do ano, a latitude, a cor da pele e a quantidade de pele exposta.
Além disso, a exposição excessiva e desprotegida à luz solar pode aumentar o risco de câncer de pele e outros problemas de saúde.
É Importante encontrar um equilíbrio entre a exposição solar e a proteção da pele contra os raios UV prejudiciais.
– Texto publicado originalmente em CNN Brasil