O delicado equilíbrio da economia mundial foi definitivamente abalado pela crise provocada pela pandemia. O capitalismo, que já vinha cambaleando de crise em crise, pode não ter como se recuperar do coronavírus.
Passados apenas três meses do inicio da crise, e sem perspectivas de controle efetivo da propagação e efeitos do vírus, o que pode perdurar ainda por meses ou até anos, já se fala em relaxamento do isolamento social em nome da manutenção da atividade econômica. França, Itália e Espanha já anunciaram medidas para uma gradual retomada da atividade econômica, no entanto ainda haverá restrições ao trânsito interno. Países como Itália e Grécia, que já vinham se arrastando com endividamento, podem se vê diante de uma fuga de capitais que pode ser catastrófica. As companhias aéreas que voam sobre a Europa estão à beira do colapso, no Reino Unido a gigante British Airways, anunciou que demitirá 12 mil empregados. Nos Estados Unidos, recordista em número de contaminados e mortos, o desemprego disparou desde março, em grande medida devido a retração da atividade turística.
Os países imperialistas sinalizam a gravidade da crise ao adotarem medidas extremas para seu enfrentamento. Os Estados Unidos mobilizarão 1 trilhão de dólares, a Espanha contingenciará 20% do PIB e Reino Unido 15% do PIB. A Alemanha anunciou o relaxamento do deficit fiscal, considerado “vaca sagrada” para a economia alemã, isso apenas para citar alguns.
O terremoto econômico que abala o mundo nesse momento, promoverá um rearranjo de forças na geopolítica internacional, o mais provável é que os Estudos Unidos percam sua hegemonia diante do crescimento da China e países alinhados a seu bloco de influencia. Nos Estados Unidos este cenário já não é uma miragem, e até mesmo o ex-presidente Jimmy Carter fez críticas a política belicista de seu país, afirmando que, o crescimento da China se deu sem que esta gastasse um único centavo em guerras.
A tentativa forçada de retomar a normalidade poderá se mostrar inútil se vier acompanhada de agravamento da crise de saúde. A atividade especulativa das bolsas, que nada produzem, se vê diante do abismo de incertezas, frente a falência iminente de setores econômicos inteiros.
A pandemia está deixando um rastro de mortes e profundos impactos sociais e econômicos no todo o mundo, o capitalismo demonstra, mais uma vez, sua incapacidade em atender às necessidades humanas e se aprofunda em crise.