Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia apresenta novidades para facilitar autistas não verbais a se expressarem
Crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) enfrentam desafios significativos no desenvolvimento da linguagem e da comunicação.
Um programa inovador da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) está utilizando dispositivos geradores de fala para ajudar essas crianças a superar essas dificuldades.
Os resultados promissores de um estudo de caso são motivo de otimismo para a comunidade autista e seus familiares.
A Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA) aplicada ao TEA é vista como uma alternativa promissora para melhorar a comunicação dessas crianças e suas famílias.
A professora Cátia Walter adaptou a metodologia após passar sete meses nos Estados Unidos, acompanhando o trabalho do professor Oliver Wendt e sua equipe na Universidade Central da Flórida.
O programa envolve o uso de dispositivos móveis, como tablets e iPads, com aplicativos educativos específicos que utilizam imagens e voz para auxiliar no desenvolvimento da linguagem e é composto por três etapas de assistência, que incluem a fonoaudiologia, psicopedagogia e atendimento terapêutico.
Todo o processo é registrado em vídeos e diários de campo, sendo monitorado por especialistas que analisam o progresso em cada fase da intervenção.
Método para desenvolver habilidades de comunicação no Autismo
Outra inovação para pessoas com TEA será apresentada por Ana Cristina Montenegro, o Método DHACA (Desenvolvimento das Habilidades de Comunicação no Autismo), que pretende revolucionar o tratamento do autismo e promover o desenvolvimento da comunicação.
No cenário de avanços científicos e terapêuticos para crianças com TEA, o Brasil destaca-se com o Método DHACA, uma abordagem inovadora desenvolvida pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde da Comunicação Humana, no Departamento de Fonoaudiologia da Universidade Federal de Pernambuco.
O Método DHACA é uma intervenção fonoaudiológica que visa desenvolver a comunicação em indivíduos com TEA, especialmente aqueles que são não verbais ou minimamente verbais. O diferencial deste método é a utilização de um livro de comunicação alternativa com atividades lúdicas durante as sessões terapêuticas.
O Método DHACA possui uma base linguística sociopragmática, onde tanto o indivíduo com TEA quanto seu interlocutor (parceiro de comunicação) utilizam o mesmo sistema de comunicação alternativa, personalizado de acordo com as necessidades do indivíduo.
As abas são adicionadas gradualmente, seguindo o desenvolvimento linguístico da criança.
O método já apresenta resultados surpreendentes, incluindo o desenvolvimento de habilidades sociais, aquisição da fala, construção de frases, expressão de desejos e sentimentos, bem como a capacidade de fazer perguntas e comentários.
As famílias e terapeutas relatam testemunhos incríveis sobre o progresso das crianças em um período relativamente curto.
Texto publicado originalmente em VIDA & AÇÃO