De 6 a 31 de agosto haverá campanha nacional de imunização contra a polio e sarampo, doenças que voltaram a causar preocupação em todo País
Diante da baixa cobertura vacinal, o surto de sarampo no Brasil e o aumento de casos notificados de poliomielite na Venezuela, o Governo Federal antecipou campanha de imunização, que deve ocorrer de 6 a 31 de agosto. O médico patologista Fábio Rocha Lima alerta que a falta da vacinação é um grande vilão para o ressurgimento de inúmeras doenças.
“Muitos pais acreditam que as doenças deixaram de existir e por isso passaram a não vacinar seus filhos”, diz o médico, expondo que essa é uma preocupação do próprio Ministério da Saúde. Outro grande problema é sobre as notícias falsas que circulam na internet. Muitas delas pedem para que não seja feita a imunização.
Atualmente, a cobertura vacinal contra a poliomielite no Brasil é de apenas 77%, quando a meta é de 95% do público-alvo vacinado. Em 1994, o País recebeu o certificado de livre da doença em conjunto com outros países do continente americano.
Membro do Rotary, entidade que junto a parceiros e o próprio governo, em todo o mundo, luta para erradicar a pólio, Fábio Rocha diz que a campanha é fundamental para imunizar todas aquelas pessoas que não se vacinaram ou que não lembram se tomaram a dose. A vacina contra pólio é para crianças de 0 a 5 anos e a de sarampo de 1 a 50 anos.
O médico alerta que outras vacinas, como a de tétano, deve ser tomada a cada 10 anos; para a de febre amarela deve haver uma segunda dose 10 anos após a aplicação da primeira. Já a da gripe, deve ser administrada anualmente.
Os movimentos antivacinação existentes no Brasil ainda são tímidos, diferentemente de outros países. Ainda que seja raro encontrar pais contrários à vacinação como um todo, existem famílias que optam por “pular” algumas delas, por causa do medo de efeitos adversos. O médico Fábio Rocha Lima explica que é possível uma pessoa apresentar reação, porém o risco é muito pequeno se comparado ao combate em si das doenças. Fábio esteve neste Jornal, ontem, acompanhado pelo governador assistente do Rotary, Faredi Puglia, e o governador (2016/2017), Hermes de Araújo Rodrigues.
Polio e sarampo
Causada por um vírus que vive no intestino, o poliovírus, a poliomielite geralmente atinge crianças com menos de 4 anos de idade, mas também pode contaminar adultos. A maior parte das infecções apresenta poucos sintomas, e há semelhanças com infecções respiratórias, como febre e dor de garganta, e gastrointestinais – náusea, vômito e prisão de ventre. Não existe tratamento específico, todas as vítimas de contágio devem ser hospitalizadas.
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmitida pela fala, tosse e espirro, e extremamente contagiosa, mas que pode ser prevenida pela vacina. Pode ser contraída por pessoas de qualquer idade. As complicações infecciosas contribuem para a gravidade do quadro, particularmente em crianças desnutridas e menores de 1 ano.
Oferecidas gratuitamente pelo Ministério da Saúde para todos os estados, as vacinas tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) e tetra viral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela) fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação e estão disponíveis ao longo do ano nos postos de saúde em todo o país. Atualmente, o país enfrenta surtos de sarampo em Roraima e no Amazonas, além de casos já identificados em São Paulo, no Rio Grande do Sul, em Rondônia e no Rio de Janeiro.