Levantamento mostra que 6 em 10 eleitores consideram escolha do voto definitiva
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera as intenções de voto com possibilidade de vitória em primeiro turno na corrida pelo Palácio do Planalto, de acordo com a mais recente pesquisa Quaest/Genial divulgada nesta quarta-feira (9).
O percentual obtido pelo petista supera numericamente a soma de seus adversários nos quatro cenários simulados, mas está dentro da margem de erro do levantamento.
Além disso, a pesquisa indica que mais da metade dos eleitores considera a escolha do voto definitiva, o que explicaria a consolidação do cenário registrado nos últimos meses e mantido sem variações significativas.
Os índices registrados por Lula variam entre 45% e 47%, conforme é reduzido o número de candidatos na disputa. Em todos os cenários, o petista é seguido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que pontua entre 23%, na simulação mais pulverizada, e 26%, no quadro com menos postulantes.
Nenhum dos outros nomes incluídos no levantamento supera os dois dígitos.
Na pesquisa espontânea, em que os entrevistados dizem livremente o nome de quem votaria para presidente, Lula obtém 28%, Bolsonaro, 16%, e os demais concorrentes somam 4%. Quase metade, 48%, afirmaram estar indecisos, e 4% indicaram querer anular ou votar em branco.
No primeiro cenário estimulado, em que o entrevistador apresenta uma lista de candidatos, Lula lidera com 45%, seguido por Bolsonaro, com 23%. Sergio Moro (Podemos) e Ciro Gomes (PDT) empatam na terceira posição, com 7% cada.
João Doria (PSDB) e André Janones (Avante) também coincidiram nas intenções de voto, com 2%, e Simone Tebet (MDB) marcou 1%. Rodrigo Pacheco (PSD) e Felipe D’Ávila (Novo) não pontuaram, nulos e brancos somam 8%, e os indecisos são 5%. Assim, Lula marca 3 pontos percentuais a mais que a soma dos votos de seus adversários.
Intenção de voto para presidente no 1º turno – Cenário 1 – Estimulada
- Lula (PT) – 45%
- Bolsonaro (PL) – 23%
- Moro (Podemos) – 7%
- Ciro Gomes (PDT) – 7%
- João Doria (PSDB) – 2%
- André Janones (Avante) – 2%
- Simone Tebet (MDB) – 1%
- Rodrigo Pacheco (PSD) – 0%
- Felipe d’Ávila (Novo) – 0%
- Branco/nulo/não vai votar – 8%
- Indecisos – 5%
No segundo cenário, todas as variações ocorrem dentro da margem de erro, de 2 pontos percentuais para mais ou para menos: Lula fica com 45%; Bolsonaro, 24%; Moro, 9%; Ciro, 8%; e Doria, 3%.
Quando Janones substitui o tucano, os índices dos quatro primeiros colocados se mantêm, e o mineiro marca 2%. Por fim, o quarto cenário, sem Moro, Lula vai a 47%; Bolsonaro, 26%; Ciro, 9%, e Janones, 3%. Nos três cenários, os indecisos são 4% e os nulos e brancos variam de 8% a 10%.
Intenção de voto para presidente no 1º turno – Cenário 2 – Estimulada
- Lula (PT) – 45%
- Bolsonaro (PL) – 24%
- Moro (Podemos) – 9%
- Ciro Gomes (PDT) – 8%
- João Doria (PSDB) – 3%
- Branco/nulo/não vai votar – 8%
- Indecisos – 4%
Intenção de voto para presidente no 1º turno – Cenário 3 – Estimulada
- Lula (PT) – 45%
- Bolsonaro (PL) – 24%
- Moro (Podemos) – 9%
- Ciro Gomes (PDT) – 8%
- André Janones (Avante) – 2%
- Branco/nulo/não vai votar – 8%
- Indecisos – 4%
Intenção de voto para presidente no 1º turno – Cenário 4 – Estimulada
- Lula (PT) – 47%
- Bolsonaro (PL) – 26%
- Ciro Gomes (PDT) – 9%
- André Janones (Avante) – 3%
- Branco/nulo/não vai votar – 10%
- Indecisos – 4%
Segundo turno
O instituto simulou cinco cenários de segundo turno, todos com vitória de Lula: sobre Bolsonaro (54% a 30%); Moro (52% a 28%); Ciro (51% a 24%); Doria (55% a 16%); e Janones (56% a 14%). O índice de nulos e brancos cresce respectivamente em cada uma dessas simulações, variando de 13% a 26%.
Cenário 1
- Lula (PT) – 54%
- Bolsonaro (PL) 30%
- Branco/nulo/não vai votar – 13%
- Indecisos – 3%
Cenário 2
- Lula (PT) – 52%
- Moro (Podemos) – 28%
- Branco/nulo/não vai votar – 17%
- Indecisos – 3%
Cenário 3
- Lula (PT) – 51%
- Ciro Gomes (PDT) – 24%
- Branco/nulo/não vai votar – 22%
- Indecisos – 4%
Cenário 4
- Lula (PT) – 55%
- João Doria (PSDB) – 16%
- Branco/nulo/não vai votar – 26%
- Indecisos – 3%
Cenário 5
- Lula (PT) – 56%
- André Janones (Avante) – 14%
- Branco/nulo/não vai votar – 25%
- Indecisos – 4%
Definição de voto
A Quaest também perguntou aos entrevistados o quanto a escolha de voto é definitiva. Quase 6 em cada 10 eleitores (58%) consideram sua decisão tomada, ante 40% que não descartam mudança caso algo aconteça.
E são justamente os dois líderes da pesquisa que registram, entre seus eleitores, os maiores índices de certeza de voto, o que torna ainda mais difícil o caminho para os candidatos que tentam quebrar a polarização entre Lula e Bolsonaro.
Dos eleitores do atual presidente, 65% disseram que a decisão é definitiva, ante 35% que afirmam poderem mudar caso ocorra algo inesperado. No caso do petista, a consolidação é ainda maior: 74% disseram que é uma escolha definitiva e 25% não descartam mudança se algo acontecer.
Em seguida, Ciro registra 38% de eleitores convictos, mas 62% admitem mudar de ideia. Com Moro, a certeza é de 30% de seus eleitores e 70% os que não descartam alterar a decisão, índices próximos dos obtidos por Doria, com 27% de convictos e 73% admitindo possibilidade de mudança.
Foram entrevistados presencialmente 2 mil eleitores, de 16 anos ou mais, nas 27 unidades da Federação, entre os dias 3 e 6 de fevereiro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
O nível de confiança é de 95% (se 100 pesquisas fossem realizadas, 95 apresentariam os mesmos resultados dentro da margem de erro). A pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral com o número BR-08857/2022.
Fontes: CNN Brasil