Sedentarismo
A prática de atividade física é considerada um fator de proteção contra o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Os dados do levantamento apontam que apenas 31,5% dos brasileiros praticam pelo menos 150 minutos de atividade física moderada ou vigorosa por semana recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Foram encontradas diferenças significativas desse dado pelos recortes de sexo, idade e escolaridade. Segundo a pesquisa, 34,8% dos homens são fisicamente ativos, enquanto entre as mulheres o índice cai para 28,3%.
Pouco mais de 48% das pessoas com maior escolaridade (12 anos ou mais de estudo) são fisicamente ativas, mais que o dobro dos menos escolarizados (0 a 8 anos de estudo), grupo em que apenas 20,9% são ativos.
O levantamento destaca que a porcentagem fica em 18,9% nos maiores de 65 anos, os menos ativos, e 37,9% na faixa etária dos 25 a 34 anos, os que mais praticam atividade física no tempo livre.
“Os baixos níveis de atividade física da população brasileira preocupam muito. A inatividade física causa mais de 5 milhões de mortes por ano no mundo. Políticas públicas de promoção da atividade física são urgentes em todo o território nacional”, reforça Pedro Hallal, Professor da Universidade Federal de Pelotas e um dos coordenadores do Covitel.
Desenvolvido pela Vital Strategies, organização global de saúde pública, e pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), a partir da articulação e financiamento da Umane e apoio da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), o Covitel foi realizado pela primeira vez em 2022 e chega à sua segunda edição em 2023.
Como lidar com a obesidade
A obesidade e o excesso de peso são questões de saúde com causas multifatoriais, o que destaca o envolvimento de diversos setores da sociedade com o objetivo de reduzir os impactos do problema.
“A obesidade e o sobrepeso na infância nos preocupam de forma especial, pois, quanto mais precoce o aparecimento, maior risco do acúmulo de comorbidades e maior exposição à essas comorbidades durante a vida. O que leva a múltiplas complicações associadas à doença como o risco de desenvolver diabetes, hipertensão, doença cardiovascular, aparecimento de alguns tipos de cânceres, além do risco de morte precoce e impacto sobre qualidade de vida”, alerta Paulo Miranda, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Do ponto de vista conceitual, tanto o sobrepeso quanto a obesidade se referem ao acúmulo excessivo de gordura corporal, um guarda-chuva que inclui todos os outros conceitos. A obesidade é fator de risco para outras enfermidades, como: doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão e alguns tipos de câncer.
Além disso, soma-se a maneira como o problema é visto pela sociedade, podendo levar a estereótipos e discriminação. Para especialistas, é justamente nesse ponto que fica evidente como aspectos sociais e psicológicos do indivíduo podem ser afetados, para além da questão física.
Por ser um problema de saúde de causas multifatoriais e complexas, a obesidade precisa ser tratada considerando os contextos sociais e econômicos que envolvem os indivíduos.
“O tratamento da obesidade é complexo e multidisciplinar. Em linhas gerais, o tratamento farmacológico é adjuvante e inicia-se na prevenção secundária para impedir a progressão da doença para um estágio mais grave e prevenir complicações, sempre com uma abordagem terapêutica individualizada”, afirma o médico-cirurgião Leonardo Emilio, professor adjunto do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Algumas medidas podem contribuir para o enfrentamento do excesso de peso, como tirar o foco da perda de peso, adotar uma alimentação adequada e saudável, praticar atividade física regularmente, acolher e cuidar do lado emocional e fazer planos que possam ser executados.