Egresso do mercado financeiro, André Brandão deve impulsionar planos de desinvestimento, avaliam especialistas
As ações do Banco do Brasil chegaram a subir 3,93% nesta segunda-feira, 3, após André Brandão ser indicado para substituir Rubem Novaes na presidência da instituição financeira. Às 12h48, os papéis subiam 3,81% e eram negociados por 34,87 reais. A alta do Banco do Brasil ocorre em movimento contrário ao dos papéis do Itaú, Bradesco e Santander, que se desvalorizam na bolsa.
André Brandão ainda precisa do aval do Palácio do Planalto e passar por um comitê interno para assumir a presidência do Banco do Brasil. No entanto, o mercado já comemora sua indicação. “É um nome que agrada até por ser um liberal por natureza e ter feito bons trabalhos por onde passou”, afirmou Bruno Musa, sócio da Acqua Investimentos
Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo, conta que havia grande dúvida sobre o qual seria o perfil do novo Banco do Brasil e que a chegada de Brandão foi uma “surpresa positiva”. “O mercado nunca gostou de funcionários de carreira e nem de pessoal vindo do setor público. Quando veio o nome de Brandão, foi uma surpresa positiva, até porque é difícil tirar alguém do setor privado, ainda mais um executivo de um grande banco acostumado a resultados expressivos e sempre focado em consistência e resiliência. É isso o que o acionista quer”, afirmou.
Egresso do mercado financeiro, de onde acumula três décadas de experiência, Brandão assumiu a presidência do HSBCBrasil em 2012 e participou de seu processo de venda para o Bradesco, concluída em 2016.
“Na época [2012], ele pegou um rojão. O banco estava com vários problemas, como transações suspeitas, e ele encabeçou toda a mudança. No momento mais difícil para o HSBC no Brasil, ele conseguiu arrumar a casa, tanto que o banco apresentou lucro e não tomou mais multa de regulador na América Latina, conseguindo um valor atrativo para a venda para o Bradesco”, comentou Franchini, que também tem passagem pelo HSBC.