Diversos medicamentos de ponta contra a Covid-19 que já são adotados em países da União Europeia, Reino Unido e nos Estados Unidos.
Trata-se de medicações com alta eficácia na prevenção de hospitalização por Covid-19, em torno de 70 a 80%. No entanto, hoje em dia, somente o Remdesivir, da Gilead Sciences, e três tratamentos monoclonais estão autorizados para uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No entanto, nenhum deles é distribuído pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Confira a lista!
Paxlovid, da Pfizer
Indicado para pacientes a partir de 12 anos com teste positivo para a Covid-19 e alto risco de progressão para casos graves. Estudos indicam que a droga reduz em 89% o risco de hospitalização ou óbito em adultos vulneráveis e que a sua atividade antiviral é mantida contra variantes do novo coronavírus, incluindo a Ômega.
A FDA aprovou em 22 de dezembro o uso emergencial da pílula da Pfizer nos Estados Unidos. Já a MHRA do Reino Unido aprovou o Paxlovid no dia 31 de dezembro.
Na União Europeia, o remédio está autorizado para ser comercializado desde o dia 27 de janeiro, depois que a Agência Europeia de Medicamentos concluiu que os seus benefícios são superiores aos riscos. O medicamento recebeu uma autorização condicional da agência regulatória europeia, sendo assim a Pfizer enviará ainda mais dados para corroborar a eficácia da droga.
Aqui no Brasil, a Diretoria Colegiada da Anvisa recebeu o pedido de uso emergencial do Paxlovid no dia 16 de fevereiro, com prazo de análise de 30 dias. Mesmo com essa possível aprovação, ainda será necessária a sua implementação pelo SUS.
Molnupiravir, da Merck/MSD
O antiviral atua impedindo a replicação do novo coronavírus. Nos Estados Unidos, o fármaco é autorizado para adultos a partir de 18 anos com alto risco de desenvolver um quadro grave da doença.
Resultados preliminares apontam que os pacientes que o receberam em até cinco dias após o início dos sintomas da Covid-19 tiveram metade da taxa de hospitalização e óbito em relação aos pacientes que receberam um comprimido inativo. Todavia, o medicamento não funcionou em pacientes graves.
De acordo com a Merck, o Molnupiravir ainda não foi estudado contra a variante Ômicron em estudos clínicos. Contudo, a farmacêutica responsável disse que estudos in vitro demonstraram atividade do medicamento contra a variante do novo coronavírus.
A MHRA aprovou o fármaco no Reino Unido em 4 de novembro de 2021. Já a EMA emitiu parecer favorável sobre o seu uso para o tratamento da Covid desde o dia 19 de novembro de 2021. Atualmente, a agência regulatória europeia analisa mais dados para emitir um parecer sobre o pedido de autorização de comercialização do medicamento. Nos Estados Unidos, a FDA aprovou o uso emergencial do fármaco no dia 23 de dezembro de 2021.
Aqui no Brasil, a MSD solicitou a autorização temporária do uso emergencial da droga em novembro de 2021 para a Anvisa. No mesmo dia foi realizada a triagem inicial da documentação apresentada pela empresa e a agência regulatória identificou a ausência de dados necessários para se avançar na análise. Segundo a Anvisa, as informações e os documentos complementares estão sendo solicitados.
Remdesivir (Veklury), da Gilead Sciences
A bula do antiviral informa a sua indicação para o tratamento do novo coronavírus em adultos e adolescentes com pneumonia que necessitam de administração suplementar de oxigênio. No início de fevereiro, a fabricante disse que o Remdesivir mostrou atividade antiviral contra a variante Ômicron.
A droga está disponível para médicos britânicos que tratam pacientes hospitalizados com Covid-19 desde maio de 2020. Na União Europeia, a autorização aconteceu em junho do mesmo ano, especificamente em pacientes a partir de 12 anos com quadros de pneumonia que necessitam de oxigênio suplementar. Já nos Estados Unidos, a aprovação ocorreu em outubro de 2020.
A utilização no Brasil está autorizada desde março de 2021. Apesar disso, em agosto do mesmo ano, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao Sistema Único de Saúde (Conitec) não aprovou a sua incorporação na lista devido a incertezas quanto à eficácia do remédio, além de um impacto orçamentário elevado para emitir um parecer positivo.
Contudo, especialistas alegam que a incorporação desses medicamentos no SUS reduziria gastos se forem reservados para grupos de alto risco de hospitalização.
Vale ressaltar ainda que a decisão da Conitec aconteceu antes da publicação de dois estudos importantes sobre a eficácia do medicamento, publicados na Lancet e no Canadian Medical Association Journal.
Anticorpos monoclonais
Hoje em dia, os tratamentos monoclonais aprovados pela Anvisa incluem: Regdanvimabe, da Celltrion Healthcare; a associação Casirivimabe/Imbevimabe, da Regeneron/Roche; e Sotrovimabe, da GSK. Contudo, nenhum deles foi incorporado ao SUS até o momento.
Já a associação Indevimabe/Casirivimabe foi avaliada em duas ocasiões e, nos dois casos, a recomendação da Comissão foi desfavorável à incorporação.
Quanto ao Sotrovimabe, o Ministério da Saúde informou que nenhum pedido foi recebido. Além disso, no início deste mês de fevereiro, a Anvisa revogou a autorização do uso emergencial do Banlanivimabe/Etesevimabe, da Eli Lilly.
Nos Estados Unidos, a FDA também limitou o seu uso para pacientes que foram infectados ou expostos a uma variante suscetível a esse tratamento, como a Ômicron.
Fonte: PEBMED