RIO — A sensação de euforia e leve tensão de uma montanha russa. É assim que Lulu Santos define a repercussão do post de Instagram no qual se declarava para o namorado Clebson Teixeira (“Estamos dando gargalhadas, mas gargalhadas um pouco nervosas”). Em dois dias, o cantor viu o número de seus seguidores aumentar em mais de 120 mil e foi alvo do que chamou de uma “enxurrada de carinho”. Tomado pela “lente do amor”, ele conta nesta entrevista exclusiva (a primeira após a divulgação do post) que irá lançar um EP até o fim do ano com canções dedicadas à relação, como “Orgulho e preconceito”, que ele mostra dia 8 de agosto em sua apresentação no “The voice”.
Lulu Santos com o namorado, o baiano Clebson Teixeira – Reprodução
A coisa toda partiu de um movimento emocional de um para com o outro, um gesto de amor sobretudo, não exatamente de ativismo. Mas, como disse no post de agradecimento (“Clebson e eu estamos encantados com todo amor e todo carinho e a gente deseja de todo coração que esse amor reflua a todos vocês”), a forma como as pessoas reagiram foi incrível.
Meu Instagram ganhou mais de 120 mil seguidores. O dele, que tinha 5 mil, aumentou em seis vezes. Isso significa aceitação, isso é uma sofisticação do povo de privilegiar a honestidade. É uma aposta no que seja honesto.
A sociedade tá de saco cheio do nivel de desonestidade oficial que existe em quase tudo, na política, sempre seguido daquela cara do William Bonner dizendo que o fulano nega, que o partido nega. Esse número de seguidores que ganhamos vejo como adesão por privilegiarmos a honestidade e celebrarmos o evidente afeto.
Os comentários não chegam a 1% de rejeição. Os piores são os de fundamentalismo religioso, que dizem que Deus não permite, essas coisas. Mas é ínfimo perto da quantidade de votos de felicidade.
Algo o assustou na reação?
Tinha esse lado que eu não previa, e que acabou me preocupando: acabei expondo uma pessoa que tem uma vida comum, trabalha das 9h às 17h. Mas ele é muito firme, em nenhum momento estremeceu por causa disso. Foram dois dias de intensidade e tensão, no caso dele sobretudo, e no meu caso por causa dele. Mas, como ele mesmo postou, quem tá na chuva é pra se molhar.
A sociedade fica sabendo que tem esse enlace afetivo, é a nossa representação de passar os proclames pra sociedade. Dar a saber. Faltava um pouco esse elemento na minha vida pública. A gente foi encorajado pela força do amor.
Você já havia tocado publicamente “Orgulho e preconceito”, canção que você fez para Clebson, mas ela não provocou o mesmo rebuliço. Você acha que isso atesta a força da imagem e das redes sociais?
Eu toquei a canção no show que fiz no Engenhão, mas ela ainda não foi lançada como produto. E também, até então não havia uma clareza nem da minha parte e nem da dele. A gente trocava mensagens cifradas nas redes sociais, mas nada claro. A canção será lançada no “The voice”, no dia 8 de agosto.
Você vai lançá-las?
Sim, vou fazer um EP até o fim do ano. Além de “Orgulho e preconceito”, vai ter “Ser ou nao ser (véi)”, “Tão real” e “vulcão”, além de mais duas letras que vou musicar, uma delas já falando dessa repercussão: “Nosso amor virou noticia, virou capa do jornal”.
Vou lançar esse EP dedicado a essa explosão de criatividade. É o que o Gil chama de “lente do amor”. O que você vê pelos olhos da paixão. Um prédio é texto, o céu é poesia. Reacendeu isso em mim. A capa do single é uma fotografia que Clebson me mandou ha quatro meses, quando a gente, ainda antes de nos encontrarmos pessoalmente, começou a esquentar nossa troca de texto, a ficar realmente emocional. É uma montanha russa, tudo nasce no amor. Tudo parece inaugural se vc reinaugura sua vida
O GLOBO