A farmacêutica indiana Bharat Biotech disse nesta terça-feira (9) que provavelmente exportará sua vacina contra Covid-19 para o Brasil e para os Emirados Árabes Unidos nesta semana, um grande sucesso para a vacina aprovada na Índia para uso emergencial sem dados de eficácia de um teste de estágio avançado.
A Bharat Biotech já forneceu milhões de doses da Covaxin, desenvolvida com o estatal Conselho Indiano de Pesquisa Médica, à campanha de inoculação do governo – que também está empenhado em exportar vacinas feitas localmente como parte de uma investida diplomática.
“Essencialmente, sim”, disse uma porta-voz da Bharat Biotech à Reuters quando indagada se as exportações aos dois países poderiam começar nesta semana, como noticiado pela mídia local.
A empresa espera apenas para março os resultados de um teste em andamento com 25,8 mil participantes da Índia, mas a agência reguladora de medicamentos do país considera a vacina segura e eficaz, apesar de críticas de médicos e especialistas de saúde.
Um estudo com 26 participantes mostrou que a Covaxin é eficaz contra a variante britânica do coronavírus.
A Bharat Biotech também solicitou autorização para realizar um teste de estágio avançado da Covaxin no Brasil, que planeja importar 8 milhões de doses em fevereiro e outras 12 milhões em março. A empresa também pediu autorização de uso emergencial nas Filipinas.
A Bharat Biotech forneceu 5,5 milhões de doses ao governo indiano e está vendendo mais 4,5 milhões, acrescentou a porta-voz.
A Índia também encomendou mais 10 milhões de doses da vacina da AstraZeneca ao Instituto Serum da Índia, disse um porta-voz da empresa. O Serum fabrica a vacina principalmente para países de baixa e média renda.
As duas vacinas são usadas no que a Índia classifica como o maior programa de imunização do mundo, que pretende imunizar 300 milhões de pessoas até agosto, começando com profissionais de saúde e outros trabalhadores e chegando aos idosos e às pessoas com doenças preexistentes até março.
O Instituto Serum, que é o maior fabricante mundial de vacinas, já havia fornecido 11 milhões de doses à campanha de inoculação, que vacinou 6,3 milhões de profissionais da linha de frente desde que começou, em 16 de janeiro.
“A segunda encomenda já foi recebida, é de 10 milhões de doses”, disse um porta-voz do instituto, acrescentando que a cifra é parte das 100 milhões de doses que a empresa concordou em vender ao governo por cerca de US$ 2,74 (cerca de R$ 14,8) cada.
A agência reguladora de medicamentos do país disse que a vacina Covishield, criada pela AstraZenca e pela Universidade de Oxford e produzida no Serum Institute, é cerca de 72% eficaz.
Fonte: CNN Brasil