Na edição desta terça-feira (1°) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes fala sobre a importância da campanha Setembro Amarelo na prevenção do suicídio.
De acordo com o médico, “é importante falar para acabar com o preconceito” com as doenças psicológicas, que estão entre as causas do suicídio. “Existe um preconceito porque temos um conceito muito arraigado de que se eu estou doente, vejo a doença em uma parte do meu corpo”, exemplifica.
“As questões da saúde mental são mais silenciosas, porque, por exemplo, as pessoas podem querer ficar mais quietas, e isso é normal, mas também pode estar escondida uma questão de ordem de saúde mental, como uma depressão, que pode passar batida e causar um estrago muito grande”, acrescenta.
Gomes cita que, em média, ocorrem 800 mil suicídios ao ano em todo o mundo. “E nessa época existe um receio de que esse número dobre, então precisamos falar de frente com todas as pessoas para ficarmos atentos, e que eu cuido de você e você cuida das pessoas que têm por perto e assim sucessivamente”, aponta.
“Geralmente a pessoa tira a vida porque tem alguma depressão ou algum outro tipo de transtorno mental, abusa de substâncias que vão, de alguma forma, influenciar o funcionamento dos neurônios e do comportamento”, afirma ele, que ressalta que campanhas do tipo servem para conscientizar familiares e amigos de quem passa por algum tipo de problema psicológico.
“Então, a partir do momento em que a família, os amigos e as pessoas próximas reconhecem uma mudança no padrão de comportamento, você procura um profissional da saúde e vai alertar sobre isso”, diz ele, que frisa que há tratamento.
“É algo diferente que está acontecendo dentro do cérebro da pessoa, mas que é passível de reconhecimento, tratamento e prevenção”, assegura. “Não precisa ficar com medo ou vergonha de reconhecer uma fragilidade. “A gente está aqui para viver e se relacionar, e precisamos falar abertamente sobre isso”, completa.
Por fim, Gomes defende que o assunto vá além do setembro amarelo. “Falar sobre isso de uma forma aberta, e não só em setembro, mas o ano inteiro e com um olhar carinhoso e atento, é extremamente fundamental. A chave da prevenção está na comunicação e na instrução adequada para todas as pessoas”, conclui.
Para quem precisa conversar, o Centro de Valorização à Vida (CVV) tem voluntários treinados à disposição, de segunda a segunda, 24h por dia, no telefone 188 (com ligações gratuitas) e por chat e e-mail.
Fonte: CNN Brasil