Nos últimos dez anos houve um aumento de 26,61% no número de pacientes diabéticos no Brasil, segundo dados do Atlas do Diabetes, divulgado pela Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em inglês). Atualmente, o país ocupa a sexta posição mundial, com previsão de chegar a 643 milhões em 2030 e a 784 milhões em 2045.
Outro dado importante revelado é que o custo estimado da doença no Brasil é de 42,9 bilhões de dólares por ano, ficando atrás apenas da China e Estados Unidos, com US$ 165,3 bi e US$ 379,5 bi, respectivamente.
O levantamento, que é realizado a cada dois anos, revelou também que o número de pessoas com diabetes aumentou de tal maneira que superou, proporcionalmente, a expansão da população global.
A nova edição do Atlas estima que somente no país cerca de cinco milhões de pessoas (31,9%) não saibam que estão com diabetes. A prevalência global da doença atingiu 10,5%, com quase metade (44,7%) sem diagnóstico.
Especialistas alertam que a alta incidência de diabetes no Brasil está diretamente relacionada à obesidade causada, muitas vezes, por alimentação de baixa qualidade somada ao sedentarismo.
Confira outros dados divulgados:
Estima-se que 537 milhões de adultos com idades entre 20 e 79 anos vivem atualmente com diabetes, representando 10,5% da população mundial nessa faixa etária. É previsto que o número total aumente para 643 milhões (11,3%) até 2030 e 783 milhões (12,2%) até 2045;
Estima-se que 240 milhões de pessoas vivem com diabetes não diagnosticada em todo o mundo, o que significa que quase um em cada dois adultos com diabetes desconhece que têm a condição;
Quase 90% dos indivíduos com diabetes não diagnosticado vivem em países de baixa e média renda;
Na África, Sudeste Asiático e Pacífico Ocidental, mais da metade das pessoas com diabetes não são diagnosticados;
Mais de 1,2 milhão de crianças e adolescentes têm diabetes tipo 1. Mais da metade (54%) têm menos de 15 anos de idade;
A incidência de diabetes ficou estável ou diminuiu no período de 2006 até 2017 em mais de 70% da população principalmente de alta renda, de acordo com uma revisão sistemática da literatura;
Mais de 80% dos países relataram incidência de diabetes em declínio ou estável desde 2010.
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Diabetes crescem mais rapidamente entre mulheres durante a pandemia
A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) também alertou recentemente para o avanço do diabetes na população brasileira, principalmente entre as mulheres.
O coordenador do Departamento de Saúde Digital, Telemedicina e Tecnologia em Diabetes da SBD, endocrinologista Márcio Krakauer, apontou em entrevista ao portal da entidade que apesar de, tradicionalmente, as mulheres apresentarem maior cultura de acompanhamento médico, o cenário de dificuldades sociais e econômicas, observado nos últimos anos, atingiu a população feminina com maior intensidade – com potencial impacto em suas condições para prevenção do diabetes, como acesso à alimentação de qualidade, prática de atividades físicas regulares, entre outros.
O especialista apontou que as facilidades cotidianas contribuem para o sedentarismo, visto que a demanda física tende a ser cada vez menor para a execução das mesmas atividades. “Precisamos criar uma cultura ativa ligada ao bem-estar e à saúde preventiva. A prática de atividades físicas e alimentação saudável podem se tornar elementos de prazer quando associados à rotina e preferência de cada pessoa”, disse Márcio Krakauer. …
Fonte – Portal PEBMED