Levantamento da CNN junto a hospitais, governos estaduais e prefeitura identificou ao menos 93 casos investigados para a possibilidade de uma reinfecção pela Covid-19.
O Ministério da Saúde não confirma nenhum caso até o momento. Em nota, a pasta afirma que ser infectado novamente pelo novo coronavírus é “um evento raríssimo, que precisa ser investigado com a máxima cautela”.
Estão sendo tratados dessa forma casos em que um paciente testou positivo para o novo coronavírus em alguma oportunidade, chegou a testar negativo — estando, em tese, curado — e em um segundo momento veio a ser diagnosticado com a doença novamente.
Há, entre todos os citados no Brasil, casos com diferentes graus de documentação. Em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, um estudo da USP identificou o caso de uma técnica de enfermagem de 24 anos que teria testado positivo duas vezes em momentos diferentes.
Em outra cidade do interior paulista, Santa Bárbara d’Oeste (SP), a possível reinfectada é a própria secretária da Saúde, Lucimeire Rocha. Segundo a Prefeitura, Lucimeire contraiu a Covid-19 em maio, teve alta e voltou a ser diagnosticada para a doença no final de julho.
O estado do Ceará anota seis casos, todos em profissionais da saúde. Segundo o governo, os diagnósticos foram feitos com uma diferença de 47 a 75 dias e estavam baseados em amostras do teste RT-PCR.
O local que mais investiga casos no momento é o Hospital das Clínicas de São Paulo, onde 28 possíveis reinfecções são acompanhadas.
No mundo
Fora do Brasil, há outros casos fundamentados que justificam a hipótese de que, embora rara, seja possível se reinfectar pelo novo coronavírus. Levantamento da CNN identifica 12, sendo cinco supostamente confirmados e outros sete suspeitos.
O mais conhecido é o de Hong Kong. Trata-se de um homem de 33 anos que testou positivo duas vezes, com os cientistas locais conseguindo analisar as diferentes contaminações.
“Nós vimos um caso bem documentado, o de Hong Kong, que realmente parece ser reinfecção, pois eles conseguiram sequenciar o vírus da primeira infecção do rapaz e compararam com a segunda”, falou a microbiologista Natália Pasternak, em entrevista recente à CNN.
O outro caso mais destacado foi identificado na Holanda. Em estudo ainda não revisado publicado na Universidade de Oxford, profissionais médicos holandeses detalham o caso de uma mulher de 89 anos.
Segundo pesquisadores, 59 dias após seu primeiro diagnóstico de Covid-19, a mulher voltou a apresentar febre e tosse, mas dessa vez estava também com dificuldade para respirar.
A paciente, que também sofria de câncer, havia realizado uma quimioterapia dois dias antes. Ela foi testada para o novo coronavírus e apresentou resultado positivo novamente.
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