Depois de admitir as propriedades medicinais do canabidiol e do THC – dois produtos médicos derivados da maconha – em 2015, agora a Agência Nacional de Vigilância Sanitária publicou enfim uma medida que reconhece a Cannabis sativa oficialmente como uma planta medicinal. O marco é importante: trata-se do reconhecimento não de um derivado, mas sim da planta propriamente, do vegetal como uma planta com propriedades terapêuticas.
Lista da ANVISA
A resolução foi publicada no Diário Oficial no dia 08 de maio, incluindo assim a planta na Farmacopeia Brasileira, código oficial farmacêutico do país, que estabelece os requisitos básicos para medicamentos no Brasil.
Canabidiol
As possíveis mudanças práticas a partir do reconhecimento ainda não são claras, e a publicação da ANVISA não altera o fato da maconha ser proibida no Brasil – mas com certeza se abre o caminho para novos passos no que diz respeito à produção e consumo com finalidades médicas.
Farmácia especializada em maconha nos EUA
Essa não é, no entanto, a primeira vez que a erva é reconhecida como uma planta medicinal no Brasil. Na primeira edição da Farmacopeia Brasileira, publicada em 1929, a maconha era citada. Só depois da primeira proibição da maconha por aqui, em 1938, é que ela foi retirada da lista, conforme revelou matéria da revista Superinteressante.
Remédios antigos feitos à base de maconha
O fato de termos esperado quase 70 anos para recolocar a maconha no lugar onde ela já estava diz muito sobre a legislação a respeito da planta no Brasil. Agora é torcer para finalmente, nos futuros próximos, andarmos para frente.