O Ministério da Saúde está convocando 10 milhões de jovens e adolescentes para se vacinar contra meningite e HPV (Papiloma Vírus Humano).
Na terça-feira (13), o ministro Ricardo Barros lançou, em Brasília, a Campanha de Mobilização e Comunicação para a Vacinação do Adolescente contra HPV e Meningites. Deverão ser vacinadas contra o HPV, meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos.
Neste ano, o Ministério da Saúde está ampliando a faixa etária da vacina meningite C, que agora passa a ser 11 a 14 anos de idade.
No ano passado, estavam sendo vacinados contra a doença meninas e meninas de 12 a 13 anos.
“Esta campanha está completamente de acordo com a mudança de foco que estamos implantando no Ministério da Saúde, que é priorizar a prevenção. Estamos investindo na prevenção para evitar que as pessoas fiquem doentes.
O recente lançamento das novas práticas integrativas no SUS vai na mesma direção, nossos foco é o processo de saúde e não a doença”, explicou o ministro Ricardo Barros, durante o lançamento da campanha.
A campanha será veiculada no período de 13 a 30 de março. No filme, dois jovens, um menino e uma menina, fogem do vírus em um cenário com inspiração nos seriados famosos que são de identificação do público jovem e dos pais.
A fuga termina no momento em que os jovens entram em uma unidade de saúde e se vacinam. O filme mistura imagens reais e animação.
Com o slogan “Não perca a nova temporada de Vacinação contra a meningite C e o HPV”, a campanha conta ainda com peças publicitárias como: jingle para rádios, outdoor, envelopamento em metrô e ônibus, peças digitais e conteúdos para redes sociais, cartaz, folders.
O público da campanha é formato por adolescentes (homens e mulheres) e responsáveis.
A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, Carla Domingues, enfatiza que as vacinas contra o HPV e a meningocócica C fazem parte do calendário de rotina disponível nas unidades do SUS, durante todo o ano e que esta é uma campanha de mobilização.
“É importante ressaltar que esta é uma campanha informativa e de esclarecimento e não uma campanha de vacinas.
A campanha é importante para alertar as pessoas sobre a necessidade da vacinação, esclarecendo o que é mito e boato, e informações verdadeiras, baseadas em estudos científicos”, observou a coordenadora.
HPV
Desde a incorporação da vacina HPV no Calendário Nacional de Vacinação, 4,9 milhões de meninas procuraram as unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) para completar o esquema com a segunda dose, totalizando 48,7% na faixa etária de 9 a 14 anos.
Já com a primeira dose, foram vacinadas 8 milhões de meninas nesta mesma faixa, o que corresponde a 79,2%. No entanto, o Ministério da Saúde alerta que a cobertura vacinal só está completa com as duas doses.
Entre os meninos, 1,6 milhões foram vacinados com a primeira dose, o que representa 43,8% do público alvo. Desde 2014, início da vacinação para o HPV no SUS, foram distribuídas 32,9 milhões de doses.
No Brasil, são estimados 16 mil casos de câncer de colo do útero por ano e 5 mil óbitos de mulheres devido à doença.
Mais de 90% dos casos de câncer anal e 63% dos cânceres de pênis são atribuíveis à infecção pelo HPV, principalmente pelo subtipo 16.
Estima-se que em 3 a 10% dos casos, especialmente entre as pessoas com um sistema imune comprometido (por exemplo, aqueles que vivem com HIV/aids), o vírus HPV pode persistir, levando a graves problemas de saúde.
PREVALÊNCIA HPV
Segundo estudo realizado pelo projeto POP-Brasil em 2017, a prevalência estimada do HPV no Brasil é de 54,3 %.
O estudo entrevistou 7.586 pessoas nas capitais do país. Os dados da pesquisa mostram que 37,6 % dos participantes apresentaram HPV de alto risco para o desenvolvimento de câncer.
O estudo indica ainda que 16,1% dos jovens tem uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) prévia ou apresentaram resultado positivo no teste rápido para HIV ou sífilis.
Os dados finais deste projeto serão disponibilizados no relatório a ser apresentado ao Ministério da Saúde até o final do ano.
O projeto POP-Brasil é uma parceria do Ministério da Saúde, o Hospital Moinhos de Vento (RS), a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Universidade de São Paulo (Faculdade de Medicina (FMUSP) – Centro de Investigação Translacional em Oncologia), Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Secretarias Municipais de Saúde das capitais brasileiras e Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal.
MENINGOCÓCICA C
Desde ano passado, já foram vacinados 32% do público-alvo, restando ainda 10 milhões de adolescentes. A meta é vacinar 80% do público-alvo.
Além de proporcionar proteção, a ampliação alcançará o efeito da imunidade de rebanho, ou seja, a proteção indireta das pessoas não vacinadas. O esquema vacinal para esse público será de um reforço ou uma dose única, conforme a situação vacinal.
Dados recentes enfatizam a necessidade da vacinação de adolescentes, com o intuito de reduzir o número de portadores da bactéria em nasofaringe.
Recentes pesquisas constatam a ausência de anticorpos protetores poucos anos após a vacinação de lactentes e crianças mais novas.
A vacinação de adolescentes proporcionará proteção direta impedindo o deslocamento do risco de doença para esses grupos etários.
VACINAÇÃO NAS ESCOLAS
O Ministério da Saúde considera de fundamental importância participação das escolas para reforçar a adesão dos jovens à vacinação e, consequentemente atingir o objetivo de redução futura do câncer de colo de útero, terceiro tipo de câncer mais comum em mulheres e a quarta causa de óbito por câncer no país.
“Vamos insistir para ampliar a cobertura vacinal e insistir na escola, onde podemos fazer uma potencialização da imunização e assim diminuir a prevalência do HPV, que hoje está muito alta, acima de 50% nos jovens brasileiros”, ressaltou o Ministro da Saúde.
O Ministério da Saúde enviou ao Ministério da Educação material informativo sobre as doenças. A ideia é estimular os professores a conversem com os alunos e familiares sobre o tema.
O Brasil é o primeiro país da América do Sul e o sétimo do mundo a oferecer a vacina HPV para meninos em programas nacionais de imunizações.
“Com a publicação da portaria que incluiu a vacinação no Programa Saúde na Escola, agora temos os marcos legais e a garantia institucional para levar a prevenção e à saúde às escolas brasileiras.
Nesta campanha, vamos pedir ao MEC que solicite às escolas o envio ao Ministério da Saúde da programação de vacinação em cada unidade escolar”, explicou o ministro.
Por Agência Saúde