O cardiologista Fabiano Ferreira Vieira, de Uberaba (MG), recebeu autorização por meio da decisão do juiz Stéfano Raymundo, da 3ª Vara Criminal da cidade, para voltar a receber pacientes. Ele terá, entretanto, que ter algum assistente acompanhando a consulta ou algum familiar do paciente terá que entrar na sala de consulta.
Médico deverá ter sempre uma terceira pessoa na consulta, como um assistente ou um familiar da pacienteImagem: Getty Images
O cardiologista conseguiu sua liberdade no último sábado após ficar preso por pouco mais de três meses por acusação de estupro e abuso durante as consultas. Paciente e médico não poderão recusar a presença da terceira pessoa dentro do consultório. A informação foi confirmada por Universa com uma fonte que não quis se identificar, já que o processo corre em segredo de justiça.
Um habeas corpus já tinha sido negado anteriormente, mas, com a decisão de agora, o médico poderá continuar respondendo o processo em liberdade. Caso a defesa queira recorrer da decisão de ter acompanhante na consulta e perder, os recursos poderão ser apresentados no STJ (Superior Tribunal de Justiça) ou no STF (Superior Tribunal Federal).
A reportagem contou à época da prisão de Fabiano que, dentro do consultório, o cardiologista teria penetrado e feito tentativas de sexo oral na paciente, que chamou a polícia. Ele teria ainda feito massagens nas costas, puxado o cabelo e mordido a região próxima ao pescoço da paciente, dizendo que ela estava tensa.
No Boletim de Ocorrência, há o relato que ele teria ejaculado no chão e, ao final dos atos praticados, agendado uma nova consulta para a paciente voltar 20 dias após o fato. A vítima foi encaminhada naquele dia ao Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM).
A clínica CIMI Medicina Cardiovascular, onde aconteceu o fato, localizada no bairro Abadia, em Uberaba, apenas informou que ele não trabalha mais no local.
O médico faz parte do corpo clínico do HC-UFTM. O Hospital alegou que ainda não recebeu nenhuma notificação sobre a decisão da justiça.
“A Divisão Médica do Hospital de Clínicas da UFTM ainda não foi notificada oficialmente a respeito de qualquer decisão judicial autorizando o retorno desse profissional às atividades laborais na instituição. Por esse motivo, no âmbito administrativo, a questão do retorno ou não do profissional ao trabalho, e em que condições, é um tema que ainda não foi debatido pela Direção do Hospital”,diz a nota enviada para a reportagem.
Procurado, o Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais informou a Universa que não se manifesta sobre decisões da justiça, mas que acatou uma denúncia no ano passado e o caso ocorre administrativamente sob sigilo.
A reportagem tentou contato com o cardiologista, que não quis dar entrevista.
FONTE :UOL