Duas tempestades tropicais assustam a América Central e os EUA.
As autoridades americanas preveem que a tempestade tropical Marco, que se tornou um furacão, chegue na manhã desta terça-feira (25/08) ao sul do país.
A mesma região também deve receber um fenômeno semelhante, Laura, que já causou estragos nas Grandes Antilhas — onde estão localizadas ilhas como Cuba e Jamaica.
A passagem da tempestade Laura pela República Dominicana e pelo Haiti no fim de semana deixou, ao menos, 12 mortos. O fenômeno causou inundações e inúmeros danos.
Ao meio-dia da segunda-feira (24/08), Laura estava no mar do Caribe, em águas cubanas, com ventos sustentados de quase 100 km/h.
A tempestade deixou danos nas províncias orientais da região, principalmente em residências e telhados de instituições públicas. Houve também cortes de energia em várias áreas de Guantánamo, Villa Clara e Sancti Spíritus, informou a agência EFE.
Não houve relatos de vítimas nessas regiões. Antes da chegada da tempestade, milhares de pessoas foram avisadas de que deveriam evacuar suas casas.
Laura segue em direção à costa da Louisiana, nos Estados Unidos, onde deve chegar como um furacão.
Uma tempestade tropical pode se tornar um furacão por fatores relacionados às nuvens e tempestades originadas em águas tropicais ou subtropicais. Quando a velocidade dos ventos atinge 4 milhas por hora (119 km/ h) ou mais, ela se torna um furacão, tufão ou ciclone tropical, dependendo do local em que a tempestade surge.
No Atlântico, a época de furacões ocorre entre 1º de junho e 30 de novembro — mais de 95% deles são registrados nessa região durante esse período.
Vítimas na Hispaniola
Na noite de sábado (22/08), Laura passou pela República Dominicana e pelo Haiti.
Desesperada e encharcada, uma dominicana contou, no domingo (23/08), como uma parede desabou e caiu em cima de sua irmã e de seu filho, após a passagem de Laura pela República Dominicana.
“O muro caiu em cima deles (…) eles nunca deveriam ter levantado aquele muro ali. O dono (da residência) tem que admitir isso”, disse, apontando para a casa devastada pelas fortes chuvas e ventos.
Uma das vítimas fatais foi um homem, não identificado até o momento, que morreu após ser atingido por uma árvore que caiu sobre a sua casa, em um município localizado a 22 quilômetros da capital, Santo Domingo.
O Centro de Operações de Emergências da República Dominicana informou que, ao menos, três pessoas morreram, quase mil moradores deixaram suas casas e mais de 200 casas foram severamente afetadas, segundo a EFE.
Os distribuidores de energia no país informaram que mais de um milhão de residências e empresas ficaram sem luz.
Em Porto Príncipe, capital do Haiti, os deslizamentos de terra e as fortes chuvas causaram danos e mortes de, pelo menos, nove pessoas, segundo dados oficiais.
Entre as vítimas estava um menino de 10 anos, que foi atingido por uma árvore, em uma região perto da fronteira do Haiti com a República Dominicana, segundo as autoridades locais.
“A maioria das pessoas em Tete De L’eau (região haitiana) não está a salvo. Este povoado está destruído”, disse um morador da região à imprensa local.
“Olha só as pessoas que passam, as casas delas estão destruídas. Há mortos. Os comerciantes perderam suas mercadorias. Não posso entrar na minha casa, onde está meu dinheiro”, acrescentou.
O presidente haitiano, Jovenel Moise, enviou suas condolências aos familiares das vítimas por meio de sua conta no Twitter e pediu à população que respeite as orientações das autoridades.
A caminho dos EUA
A previsão é que a tempestade Laura se mova em forma de furacão em direção à Louisiana no mesmo período do Marco, que se tornou furacão na tarde deste domingo, no Golfo do México.
A tempestade Marco passou a ser um furacão ao registrar rajadas de ventos de 120 km/h.
Pode ser a primeira vez que dois furacões passem ao mesmo tempo pela costa dos Estados Unidos, segundo registros de pesquisadores.
Porém, especialistas apontaram, nesta segunda-feira, que a tempestade Marco perdeu forças antes do esperado. No entanto, o alerta para a população sobre os possíveis riscos é mantido.
A variação das condições climáticas na região, conforme estudiosos, pode mudar as previsões das chegadas dos fenômenos climáticos.
As projeções meteorológicas estimam que Laura pode se tornar um furacão em uma categoria 3 — os furacões são classificados em uma escala de 1 a 5, com base na velocidade dos ventos.
“Não seja complacente e esteja preparado para o que pode vir com esta tempestade e com Laura, no final desta semana”, disse o governador de Lousiana, John Bel Edwards.
Em resposta aos fenômenos naturais, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, emitiu uma declaração de desastre para Louisiana e Porto Rico.
O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos projeta que haverá até 25 furacões no país durante esta temporada, que irá até novembro.
Fonte: BBC News