Japão defende aliança com EUA, Austrália e Índia contra a China
Em sessão virtual do Fórum Econômico Mundial, Suga afirmou que a relação com os EUA, centro da política externa japonesa desde a derrota na Segunda Guerra Mundial em 1945, segue sendo o “eixo da diplomacia” do país.
Em sessão virtual do Fórum Econômico Mundial, Suga afirmou que a relação com os EUA, centro da política externa japonesa desde a derrota na Segunda Guerra Mundial em 1945, segue sendo o “eixo da diplomacia” do país.
Suga assumiu o cargo após o longo reinado de Shinzo Abe, que deixou o poder em setembro passado por motivos de saúde. Em sua primeira participação no chamado fórum dos ricos e relevantes, que em tempos normais ocorre em Davos (Suíça), fez uma enfática defesa da política de confronto com a China.
Ao mesmo tempo, ele disse que Tóquio vai buscar “relações estáveis com vizinhos, como China e Rússia”. Com isso, ele mantém a política de Abe, que levou a discussões sensível no país acerca de seu rearmamento.
A aliança entre os quatro países contra Pequim é chamada informalmente de Quad, referência à abreviação inglesa de Diálogo de Segurança Quadrilateral, uma entidade que foi reativada pelo então presidente Donald Trump em 2017.
Em outubro passado, Suga havia sido o anfitrião de um dos mais relevantes encontros do grupo, em Tóquio, mas com uma retórica mais comedida.
Agora, com a mudança do governo americano e a posse do democrata Joe Biden na semana passada, ele resolveu dar um recado público sobre o que espera de Washington e de seus aliados.
A China já chamou o Quad de projeto de versão asiática da Otan, a aliança militar liderada pelos EUA para conter a União Soviética e que sobrevive mirando a Rússia.
A retórica de liberdade nos oceanos Índico e Pacífico é central para o grupo, que contesta as reivindicações de Pequim sobre as rotas marítimas da região, vitais para sua economia, como no mar do Sul da China.
Suga também reafirmou que o Japão irá levar em frente a Olimpíada em sua capital, que foi adiada para do ano passado para junho devido à pandemia do novo coronavírus. O evento será uma prova de “coragem e esperança”, disse o premiê.
“Vamos receber os Jogos Olímpicos, que serão um símbolo de união do mundo”, afirmou, ante as crescentes dúvidas sobre a segurança sanitária para sua realização.
Suga, conversando com o fundador do fórum, Klaus Schwab, fez uma defesa da abordagem japonesa da crise da Covid-19, que ataca focos da doença em centros urbanos.
Lembrou que bares e restaurantes “são os locais de maior risco” de infecção pelo vírus e disse que seu país não promoveu o fechamento completo, mas sim com restrição de horários e regras de funcionamento.
O premiê prometeu apoiar, com US$ 130 milhões (R$ 707 milhões), o acesso de países em desenvolvimento a vacinas contra o coronavírus.
Disse apostar uma “ordem pós-corona” no mundo baseada numa economia “verde e digital”. “Seremos neutros em emissão de carbono em 2050”, disse. Prevê que seu país fará uma transição “para a nuvem” em até 5 anos, e disse que uma agência específica para isso será subordinada a seu gabinete.
“Apesar da Covid, o Japão tem um comprometimento com o livre comércio”, disse, ao defender o papel de seu país no regramento internacional da tecnologia 5G e já falou da próxima etapa, o 6G.