Um vídeo de um elefante baforando fumaça em um floresta da Índia supreendeu especialistas em vida selvagem.
A cena foi filmada em abril de 2016 por Vinay Kumar, cientista da organização do meio ambiente Wildlife Conservation Society (WCS), da Índia, durante uma viagem de trabalho à floresta de Nagarhole, no estado de Karnataka.
Ele disse à BBC que não havia divulgado o vídeo até agora porque não “percebeu sua importância”.
Os cientistas dizem que ainda não está claro o motivo do comportamento; o animal parece colher cinzas com sua tromba e levalá-las à boca, para depois expeli-las com fumaça.
“Esta é a primeira vídeo-documentação conhecida de um elefante selvagem exibindo tal comportamento e isso tem intrigado cientistas e especialistas”, disse um comunicado da Wildlife Conservation Society.
‘Ingerindo carvão’
Kumar disse que ele e sua equipe estavam visitando a floresta no início da manhã para monitorar armadilhas fotográficas montadas para capturar imagens de tigres quando avistou a elefanta a apenas 50 metros de distância e começou a filmá-la.
A fêmea “parece ingerir o carvão” deixado por um fogo controlado no chão e “assoprar as cinzas”, segundo o comunicado.
“O que vimos naquele dia quase pareceu como se o elefante estivesse fumando — ela desenhava um baú cheio de cinzas perto de sua boca e soprava uma nuvem de fumaça!”, disse Kumar.
O biólogo especialista em elefantes Varun R. Goswami, que examinou o vídeo, acredita que “muito provavelmente o elefante estava tentando ingerir o carvão de madeira, já que ela parecia estar pegando algo do chão da floresta queimada, expelindo com a tromba as cinzas que vinham junto e consumindo o resto”.
“O carvão vegetal tem propriedades absorventes de toxinas bem conhecidas e, embora possa não ter alto valor nutricional, animais silvestres podem ser atraídos por esse valor medicinal”, disse ele.
“O carvão vegetal também pode servir como um laxante, duplicando assim sua utilidade para os animais que o consomem após incêndios florestais, tempestade de raios ou queimadas controladas.”
BBC Brasil