Um grupo de empresários que apoia o presidente Jair Bolsonaro gasta cerca de R$ 5 milhões por mês com robôs — programas de computador que podem ser usados para fazer postagens automáticas nas redes — e produção de material destinado a insultar e constranger supostos opositores do governo no Judiciário, no Congresso, na mídia e no mundo artístico.
É o que está sendo identificado pelo inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal para investigar fake news com ataques contra ministros da Corte nas redes sociais.
Segundo reportagem publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo, as investigações estão adiantadas e atingem até mesmo sócios de empresas do setor de comércio e serviços, todos bolsonaristas.
Embora o inquérito, que tramita sob sigilo, seja destinado a investigar ameaças, ofensas e calúnias dirigidas a ministros do STF e suas famílias, as informações são de que o mesmo grupo de empresários também está ajudando a convocar os atos do próximo domingo (15), tendo como alvo o Congresso e o Judiciário.
Aberto em março do ano passado por determinação do presidente do STF, ministro Dias Toffoli, o inquérito não identificou apenas fake news, mas também evasão de divisas, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal por parte de alguns empresários.
A expectativa é de que o processo, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, seja concluído em maio e enviado ao Ministério Público.
Em outra frente, a CPI das Fake News vai buscar reforços para a investigação que tramita no Congresso, mas está patinando porque virou uma disputa pesada entre governo e oposição.
Fonte: Revista Consultor Jurídico, 11 de março de 2020, 15h42