Relatório da OMS aponta que as instituições brasileiras estão entre os 15 principais fabricantes de imunizantes, considerando requisitos associados ao faturamento em 2021
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantan estão presentes no ranking dos 15 principais produtores mundiais de vacinas, de acordo com levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O relatório “Global Vaccine Market” considera requisitos associados ao faturamento em 2021. No documento, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, afirma que embora a Covid-19 tenha destacado a relevância das vacinas, ressaltou também as desigualdades no acesso aos imunizantes.
“Os países de baixa renda lutam para acessar as vacinas que estão em demanda em todo o mundo. Por exemplo, a vacina contra o papilomavírus humano, que protege contra o câncer do colo do útero, foi introduzida em apenas 41% dos países de baixa renda, enquanto salva vidas em 83% dos países de alta renda. Embora os preços tendam a ser escalonados de acordo com a renda, são necessários mais esforços para aliviar as disparidades de preços”, diz Adhanom.
Segundo o relatório da OMS, o Butantan está entre os 10 produtores de vacinas com maior faturamento, excluindo imunizantes contra Covid-19, e é responsável por 1% do faturamento mundial do mercado. No período analisado, o instituto forneceu um total de 100 milhões de doses de vacinas como gripe, hepatite A, hepatite B, dTpa (difteria, tétano e coqueluche) e raiva. Toda a receita obtida é utilizada para a pesquisa e desenvolvimento de novos imunizantes, como dengue e chikungunya.
Para o Butantan, a inclusão no documento ajuda a consolidar a posição do instituto como um produtor global de imunobiológicos e reflete a sua expansão para além do território brasileiro, exemplificada por ações como a recente exportação de vacinas contra a gripe para países como Equador e Uruguai.
“É um resultado importante que coloca o Butantan ainda mais em evidência, principalmente como o principal produtor da América Latina. Isso se deve, principalmente, ao fornecimento de doses da vacina da influenza para as campanhas de vacinação do Uruguai, Equador e Nicarágua, que ocorreu neste ano”, diz o diretor de Parcerias Estratégicas e Novos Negócios do Butantan, Tiago Rocca, em comunicado.
Já a Fiocruz, por meio do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), aparece entre os 15 produtores de imunizantes.
O portfólio de vacinas da fundação é composto por 12 produtos, incluindo os imunizantes contra a Covid-19, febre amarela, poliomielite, e a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola).
Em média, 120 milhões de doses são entregues anualmente ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. Com a vacina contra o coronavírus, este número aumenta ainda mais. De 2017 a 2021 foram entregues mais de 701 milhões de doses de vacinas à população brasileira.
Este texto foi publicado originalmente em CNN