Adán Chávez, 64 anos, irmão do ex-presidente Hugo Chávez, é considerado uma referência para o atual governo venezuelano e para o PSUV (Partido Socialista Unido de Venezuela). Mas nem mesmo seu estilo mais discreto e sereno, neste difícil momento por que passa o país, deixa de ser criticado por opositores. Afinal, ele atuou junto com o controvertido Hugo (um ano e quatro meses mais novo) desde o início da carreira política de ambos.
Formado em Física na Universidade Los Andes, Adán é também professor de matemática e leitor de livros filosóficos. Entrou na política cedo, aos 16 anos, mesma época em que o irmão iria iniciar sua militância no exército.
Pode-se dizer que Adán é a figura proeminente que acompanhou mais de perto todos os momentos da história recente venezuelana. Testemunhou a rebelião de 1992, na qual Chávez surgiu como figura pública nacional; teve forte influência na ascensão do irmão; foi figura determinante dentro do governo; ajudou a contornar as crises em função de tentativas de golpe e foi peça-chave na campanha, na eleição e na presidência de Nicolás Maduro.
Neste momento, foi facilmente eleito para a ANC (Assembleia Nacional Constituinte), a segunda da qual participa (a primeira foi em 1999), com o objetivo de dar suporte à instituição, fortalecendo-a contra ataques opositores. Ele considera que a Constituinte foi importante para acalmar as manifestações opositoras neste momento.
Agora, dependendo do futuro do chavismo nas próximas eleições de 2018, Adán pode se tornar aquele que acompanhou este período do início ao fim, maior conhecedor de todos os detalhes do legado desta figura histórica, contestada em muitos países, mas idolatrada por grande parte da população local.
Entre os cargos formais que ocupou, Adán foi governador de Barinas (2008-2017), Estado natal da família; ministro do Poder Popular e do Despacho, no governo de Chávez (falecido em 2013), e ministro da Educação, no governo de Maduro.
Com uma fala pausada e tranquila, presente nos comícios e nas entrevistas, ele demonstra um estilo diferente, complementar ao do controvertido irmão. E em entrevista exclusiva ao R7, contou um pouco de sua trajetória e opinou sobre a crise em seu país (em um momento em que as manifestações arrefeceram). Ressaltou ainda o compromisso com o atual presidente e com as políticas de esquerda implementadas desde o regime chavista.
Fonte: R7