Uma rotina de autocuidado ajuda você a conquistar mais qualidade de vida
Ser saudável vai muito além da ausência de doenças. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o conceito está ligado ao bem-estar físico e mental, além dos aspectos sociais de uma pessoa. Em outras palavras, qualidade de vida envolve todos as ações do cotidiano que contribuem para o equilíbrio.
Bem-estar significa a saúde no seu sentido mais amplo, de maneira ativa e em todos os seus aspectos.
O bem-estar físico é a condição global do corpo em relação às patologias e ao vigor físico, ou seja, é a ausência de doenças associadas a um bom funcionamento do metabolismo. Isso significa ter fôlego para caminhar ou força para realizar uma atividade corriqueira, mas sem incômodos desconfortantes ao fim do dia.
Já o bem-estar mental é o equilíbrio emocional entre o interno e as vivências externas, ou seja, está ligado com a forma que lidamos com as emoções. Apesar do estresse, ansiedade e tristeza serem sensações comuns no dia a dia, elas não podem atrapalhar nossa rotina. Quando isso acontece, pode ser um sinal de transtorno psíquico, por isso é preciso procurar ajuda profissional.
Dicas para melhorar o bem-estar físico e mental
Como atingir o bem-estar físico e mental? Não existe solução mágica e nem receita pronta; trata-se de um processo contínuo. Mas o processo pode começar com uma autoanálise ou um questionamento sobre quais são as coisas que lhe fazem bem.
Aquilo que você come impacta diretamente no seu bem-estar físico e mental. Os melhores alimentos são capazes de dar energia, limpar toxinas e proteger o corpo de doenças.
Mas, você sabe o que é uma alimentação equilibrada? O Guia Alimentar para a População Brasileira, publicação do Ministério da Saúde, esclarece o tema e ainda dispõe de estratégias para uma alimentação mais saudável. Para um cardápio bem elaborado e equilibrado, baseado nas suas necessidades, consulte um nutricionista.
É aconselhável reduzir o consumo de produtos com muito sódio, açúcares e gorduras saturadas. Geralmente, esses produtos são pobres em nutrientes saudáveis e podem levar ao surgimento de doenças como a hipertensão, diabetes e obesidade.
Pratique atividade física
De acordo com a OMS, a prática regular de atividade física melhora diversos aspectos fisiológicos. Ela está associada à diminuição da mortalidade por doenças cardiovasculares e à redução da incidência de alguns tipos de câncer. Também pode aliviar sintomas de depressão e ansiedade, tornando-se uma ótima aliada do bem-estar físico e mental.
As Diretrizes da OMS para Atividade Física e Comportamento Sedentário reúnem informações direcionadas que explicam diversas dúvidas sobre o tema. O documento ainda explica quais são os exercícios mais recomendados em cada fase da vida.
Na idade adulta, por exemplo, é importante praticar pelo menos 150 minutos de atividade aeróbica moderada por semana. Podemos citar a caminhada, a pedalada e a dança, como alguns bons exemplos.
Para benefícios adicionais, recomenda-se o fortalecimento muscular. A musculação, pelo menos duas vezes por semana, vai ser bom para uma musculatura firme, flexibilidade, equilíbrio e vigor físico a longo prazo.
Lembre-se: fazer qualquer atividade física é melhor que não praticar nenhuma. Comece com pequenas ações, como trocar o elevador pela escada.
Beba água
A reposição de líquidos faz os sistemas do corpo funcionarem da forma correta. Além de mantê-lo hidratado, beber água ajuda a regular a temperatura corporal, melhora o funcionamento do intestino e rins, diminui o inchaço, melhora a circulação sanguínea, entre muitos outros benefícios.
O Guia Alimentar para a População Brasileira destaca que ninguém consegue sobreviver sem água. No entanto, a quantidade necessária para o organismo depende de fatores como o peso, temperatura do ambiente e rotina.
A dica é beber pelo menos 2L de água pura todos os dias. Se preferir, substitua por café ou chá, em alguns momentos, mas cuidado para não exagerar no açúcar.
A maioria dos alimentos in natura também tem alto teor de líquido em sua composição. Desse modo, ao manter uma dieta equilibrada, você ainda garante a hidratação diária. Melancia, laranja e melão se destacam entre as frutas com mais líquido. Já um prato de arroz e feijão chega a ter dois terços de água após o cozimento. Interessante, não acha?
Durma bem
Uma pesquisa realizada em 2019 pela Associação Brasileira do Sono (ABS) apontou o que os adultos fazem antes de dormir. A maioria dos participantes respondeu que usa aparelhos eletrônicos (64,9%), assiste televisão (59,1%) ou fica na cama pensando em questões não resolvidas (31,5%).
Só que esses hábitos são péssimos para a qualidade do sono. A exposição à tela do celular, por exemplo, mantém o cérebro em estado de alerta, inibindo a produção de melatonina, hormônio que induz à sonolência.
O resultado é uma noite mal dormida. Ao longo do tempo, a falta de um descanso adequado pode comprometer a saúde. Tenha cuidado.
Sinais como fadiga, falta de concentração e irritabilidade alertam para a falta de descanso. Por isso, evite usar aparelhos eletrônicos antes de dormir. Também é bom cortar a cafeína e bebidas alcoólicas à noite.
A ABS explica que a duração do sono varia entre as pessoas. Em média, os adultos brasileiros dormem 7,5 horas, mas algumas pessoas precisam de até dez horas de repouso para se sentirem bem no dia seguinte.
Cultive boas relações sociais
As amizades podem ser tão relevantes para o bem-estar físico e mental quanto uma dieta ou atividade física. Uma metanálise conduzida por cientistas britânicos, publicada em 2010, confirma essa hipótese.
Os pesquisadores compararam resultados de 148 estudos, que envolveram um total de 308.849 participantes. O cruzamento de dados mostrou que pessoas com laços sociais fortes têm 50% mais chances de sobreviver a doenças, se comparadas aos indivíduos solitários. Esse índice independe de variáveis como idade, sexo e condições de saúde preexistentes.
A evolução humana comprova os resultados. Foi a vida em comunidade que ajudou nossos antepassados a enfrentar os perigos da Terra pré-histórica.
A psicóloga canadense, Susan Pinker, chama o fenômeno de efeito aldeia. Ela explica que a interação com familiares, amigos ou vizinhos pode nos tornar mais saudáveis e felizes.
Preserve o autocuidado
Além da alimentação saudável e da atividade física, outros hábitos de autocuidado contribuem para o bem-estar. Veja algumas atitudes que podem trazer bons resultados ao longo prazo:
- Não fumar;
- Evitar o abuso de álcool;
- Adotar bons hábitos de higiene;
- Usar medicamentos de forma responsável;
- Realizar exames preventivos periodicamente.
Você ainda pode incluir outros itens na lista. Já experimentou uma meditação relaxante ou um novo hobby? Breves pausas, que não envolvam trabalho nem demandas domésticas, são essenciais para recarregar as baterias e melhorar o bem-estar!
Uma pesquisa recente mostrou que 61,7% da população brasileira recorreu à fitoterapia, Reiki e homeopatia, durante o ano passado, como forma de promover o autocuidado em meio ao clima preocupante da pandemia de Covid-19.
O levantamento foi desenvolvido pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Icict/Fiocruz), em parceria com o Observatório Nacional de Saberes e Práticas Tradicionais, Integrativas e Complementares em Saúde (ObservaPICS) e a Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP/Unifase), no Rio de Janeiro.
Conheça seus limites
Como dissemos anteriormente, não existe receita para atingir o bem-estar físico e mental. Cada indivíduo reage aos estímulos de um jeito diferente.
Talvez você se sinta bem depois de seis horas de sono, e seja a primeira pessoa da casa a acordar. Então, toma um café e, em seguida, sai para uma caminhada. Ao mesmo tempo, sua irmã ou seu pai podem ser daqueles que dormem até mais tarde, preferem suco de fruta e treinam só à noite. Vale ressaltar que não existe regra, cada um deve adaptar as dicas para a sua realidade.
O importante é experimentar as alternativas para saber o que funciona com você.
Quando procurar ajuda profissional?
As dicas que reunimos no artigo de hoje podem contribuir com o seu bem-estar, mas elas só funcionam até certo ponto. Como cada pessoa reage de uma forma diferente, às vezes é melhor desenvolver um plano alimentar e exercícios personalizados. Por isso, caso seja necessário, procure uma ajuda profissional.
Fonte: Minha Saúde